Residência em Sexologia: como funciona, áreas de atuação, salário e mais!

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Atualmente, assuntos antes carregados de tabus são tratados com ciência, empatia e conhecimento técnico — esse é o universo da residência em Sexologia.

Nessa jornada de formação, o médico mergulha na complexa teia que combina biologia, comportamento, cultura, emoções e relacionamentos. Em cada consulta, ali não se trata apenas do corpo ou da mente, mas da experiência humana em sua expressão mais íntima.

A residência em Sexologia promove esse olhar ampliado: forma profissionais capazes de reconstituir autoestima, restaurar relacionamentos e educar para uma sexualidade saudável.

Neste texto, você vai descobrir como funciona essa residência, quais os caminhos para seguir essa especialização, as atividades cotidianas, onde o sexólogo pode atuar, o mercado de trabalho, as faixas salariais e, principalmente, o impacto transformador desse ofício. Comece a descobrir tudo agora mesmo — sem tabus!

O que é a residência em Sexologia?

A residência médica em Sexologia é uma subespecialização de curta duração (1 ano), disponível após formação em Ginecologia e Obstetrícia ou Psiquiatria. 

É regulamentada pela Resolução CNRM nº 4, de 29 de abril de 2022, que aprovou sua matriz de competências.

Durante esse ano (R4), o médico residente aprofunda-se no diagnóstico e tratamento de disfunções sexuais — como dispareunia, vaginismo, disfunção erétil e disfunção do desejo — além de aprender técnicas terapêuticas, como terapia sexual e terapia cognitivo-comportamental; e lidar com violência sexual, repressão e mitos culturais sobre a sexualidade.

Voltada ao estudo da sexualidade humana em múltiplas facetas (fisiológica, psicológica, social), a Sexologia forma profissionais que entendem o desejo, a função e a influência da cultura sobre a vida sexual. O perfil ideal é de alguém com sensibilidade clínica, embasamento científico, abertura cultural e ética apurada.

Duração e pré‑requisitos para a residência em Sexologia

Como se trata de R4, existem alguns pré-requisitos para fazer a residência médica em Sexologia. Abaixo, apresentamos alguns pontos interessantes a respeito da residência médica em Sexologia:

  • pré‑requisitos: ter concluído residência em Ginecologia e Obstetrícia ou Psiquiatria; ou comprovar pelo menos 1 ano de experiência ou estágio em Sexologia, aprovado pela Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), com conteúdo semelhante ao da residência R4;
  • duração: 1 ano (R4), conforme matrizes do CNRM;
  • processo seletivo: normalmente inclui prova objetiva e análise curricular — segue o modelo das chamadas de Áreas de Atuação.

O que é visto durante a residência em Sexologia?

O conteúdo da residência médica em Sexologia contempla temas diversos. Confira alguns temas e atividades tratados:

Competências clínicas e terapêuticas

Durante a residência médica em Sexologia, o médico residente desenvolve habilidades fundamentais, como:

  • avaliação e manejo de disfunções sexuais, incluindo desejo hipoativo, disfunção de excitação, anorgasmia e dor sexual (dispareunia);
  • diagnóstico diferencial, considerando causas orgânicas (anatômicas, hormonais, cirúrgicas), sistêmicas, comportamentais, ambientais e psíquicas;
  • terapias específicas, como massoterapia intravaginal, bloqueios locorregionais, aplicação de toxina botulínica para desconfortos sexuais;
  • tratamento hormonal, incluindo sintomas climatéricos e suporte à disforia de gênero;
  • acolhimento de pacientes vítimas de violência sexual, com abordagem ética e adequada ao trauma;
  • Terapia Sexual e Terapia Cognitivo-Comportamental como ferramentas centrais no tratamento de disfunções sexuais.

Conteúdos teóricos estruturados

O programa é complementado por aulas, seminários e discussões de casos que abrangem temas centrais na formação do sexólogo:

  •  fundamentos em anamnese sexológica, bases anatômicas e fisiológicas da resposta sexual masculina e feminina;
  • Neurobiologia e bases biopsíquicas da sexualidade, pulsão e dimorfismo sexual;
  • sexualidade infantil e adolescente, incluindo comportamento sexual apropriado e de risco;
  • elaboração de programas de educação sexual escolar e prevenção de comportamentos sexuais de risco;
  • orientação sexual, identidade de gênero e diversidade, dando prioridade à invisibilidade da sexualidade feminina e inclusão trans;
  • fatores biopsicossociais, tabus culturais e sexualidade, além da ética profissional em saúde sexual;
  • manejo de casos complexos e co­morbilidades, planejamento terapêutico baseado em evidência clínica.

Atividades práticas e didáticas

Para proporcionar formação aplicada e reflexiva, os residentes participam de atividades práticas dentro ou fora da instituição, como:

  • seminários;
  • reuniões clínicas;
  • sessões interativas semanais, como role‑play e discussões de casos.

Essas experiências fornecem ambiente seguro para treinar técnicas de comunicação, desenvolver empatia e integrar teoria e prática na clínica sexual.

As competências citadas formam o profissional apto a atuar de forma integrada, técnica e empática com questões sexuais complexas (fisiológicas, psicológicas e socioculturais). Veja, na tabela abaixo, uma síntese dos conteúdos:

CategoriaTemas abordados
Clínica e terapiasDisfunções sexuais, terapia sexual, terapias comportamentais e hormonais
Diagnóstico diferencialIdentificação das causas (orgânicas, comportamentais, hormonais, traumáticas)
Conteúdo teóricoTransparência sexual, neurobiologia, educação sexual, gênero e diversidade
Abordagem étnicaAcolhimento em situações de violência, tabus culturais e ética na atuação
Didática práticaSeminários, role‑plays e reuniões clínicas aplicadas à Sexologia Clínica

Áreas de atuação do especialista em Sexologia

Para quem sonha em desenvolver carreira nessa área, é importante saber quais as opções de trabalho, em quais locais é possível trabalhar. O sexólogo pode atuar:

  • em consultórios particulares, atendendo casos de disfunções sexuais e oferecendo terapia individual e de casal;
  • em hospitais/clínicas de saúde sexual, centros como o ProSex (USP), com atuação multidisciplinar e foco em disfunções graves e parafilias;
  • em saúde pública e programas educacionais, promovendo educação sexual e políticas de prevenção;
  • em instituições acadêmicas, ministrando aulas e conduzindo pesquisas em sexualidade;
  • como consultor em políticas públicas ou projetos científicos relacionados à sexualidade e comportamento sexual.

Essa atuação interdisciplinar gera efeitos abrangentes, envolvendo clínica, educação, comunidade e pesquisa.

Salário de um especialista em Sexologia

As remunerações variam conforme formação, localidade e tipo de atuação. Confira informações sobre bolsa-auxílio e salário:

  • na residência médica, o residente recebe bolsa-auxílio é de R$ 4.106,09/mês (valor padrão em 2025);
  • após formação, o salário médio de sexologista no Brasil gira em torno de R$ 3.280,67 mensais;
  • outras estimativas indicam rendimento entre R$ 4.000,00 e R$ 10.000,00 mensais, principalmente na clínica privada;

Além disso, os profissionais podem ganhar dinheiro de formas diferentes. Pode seguir com o atendimento em consultórios e clínicas, mas ainda pode ensinar e dar palestras. Fique por dentro de algumas opções:

  • consultas privadas (consultório) que variam de R$ 200,00 a R$ 600,00 por sessão;
  • cursos, palestras, consultoria ou produção de conteúdo, que ampliam a renda e o alcance da atuação;
  • variáveis como experiência, especialidade, local de atuação e demanda local impactam expressivamente os ganhos.

Principais atividades do especialista em Sexologia

No dia a dia de um sexólogo formado, muitas atividades podem ser desenvolvidas. Listamos algumas tarefas que esse profissional pode efetuar em sua rotina:

  • realização de consultas individuais para diagnóstico e tratamento de disfunções sexuais;
  • terapia de casal, com foco em comunicação, intimidade e desejo;
  • intervenções clínicas, como relaxamento, massoterapia, terapia hormonal, suporte psicológico;
  • campanhas de prevenção e educação sexual, com palestras em escolas, ONGs ou empresas;
  • pesquisa científica, desenvolvimento de novos protocolos de tratamento, produção acadêmica;
  • aconselhamento psicológico em temas como violência sexual, identidade de gênero, sexualidade humana e relacionamentos.

Vantagens de escolher a residência em Sexologia

A residência em Sexologia representa muito mais do que uma simples especialização clínica, já que ela constitui um caminho de transformação pessoal, profissional e social.

Ao escolher essa área, o médico não apenas aprimora habilidades técnicas, mas se torna um agente ativo na promoção da saúde sexual, no combate a preconceitos culturais e na educação da sociedade sobre temas profundos e muitas vezes negligenciados.

A seguir, veja um panorama das vantagens que tornam essa residência uma escolha singularmente relevante para o médico e para a sociedade:

1. Combate à desinformação e tabus

Estudar e atuar na área permite derrubar mitos e desconstruir preconceitos sobre sexualidade. Com isso, promove-se informação de qualidade e liberdade de expressão para diferentes orientações e identidades sexuais.

2. Fortalecimento da autoestima e autoconhecimento

O sexólogo ajuda indivíduos a se conhecerem melhor, a aceitarem o próprio corpo e a ganhar autoconfiança, o que resulta em benefícios em diversas áreas da vida.

3. Melhora nas relações interpessoais

O entendimento da sexualidade e da intimidade pode ajudar nas relações amorosas, proporcionando uma comunicação mais aberta entre os parceiros.

Técnicas e intervenções promovem um espaço de segurança onde desejos e preocupações são acolhidos.

4. Oportunidades diversas de atuação

A especialização em Sexologia abre portas para atuação clínica, terapia individual ou de casal, educação sexual, pesquisa, consultoria para políticas públicas, instituições acadêmicas e saúde pública.

5. Forte influência na promoção da saúde e bem-estar

Profissionais dessa área atuam objetivamente na prevenção de doenças, no acolhimento de situações sensíveis (como violência sexual) e na construção de práticas éticas em saúde sexual.

6. Crescimento pessoal e empático

O campo de estudo exige reflexão sobre valores, preconceitos e emoções, estimulando o desenvolvimento da empatia, escuta qualificada e sensibilidade cultural — competências centrais tanto na clínica quanto na esfera pessoal.

Agora você sabe tudo sobre a residência em Sexologia!

A residência em Sexologia é um caminho de formação profundo e renovador, uma opção ideal para quem se propõe a trabalhar com sensibilidade, ética e conhecimento técnico em uma das áreas mais complexas da saúde humana. Desde a formação médica até a prática clínica e intervenção social, essa especialização oferece uma jornada completa e impressionante de aprendizagem e conquista profissional.

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Daniel Godoy Defavari

Daniel Godoy Defavari

Professor da Medway. Formado pela Universidade de Brasília (UNB), com residência em Ginecologia e Obstetrícia no HC-FMUSP. Ex-preceptor de Ginecologia do HC-FMUSP. Especialista em pré-natal de alto risco e Ginecologia endócrina. Siga no Instagram: @danielgodamedway