Mercado de trabalho para os médicos: atuação, carga horária, remuneração e mais

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A Demografia Médica 2020, feita em colaboração entre a Universidade de São Paulo (USP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), trouxe vários insights a respeito do mercado de trabalho para os médicos no Brasil. Mais do que a distribuição de profissionais pelo país, a pesquisa também mostra um pouco sobre o que esperar dessa atuação tão importante para a sociedade.

Afinal, o sistema de saúde brasileiro e a própria Medicina têm passado por inúmeras transformações. Sendo assim, é importante tentar acompanhar esse passo até mesmo para se preparar para o futuro e fazer boas escolhas que, por sua vez, começam logo na graduação e são determinantes na hora da residência médica.

Que tal conhecer um pouco mais sobre alguns pontos importantes para a sua futura profissão, de acordo com esse levantamento? Confira a seguir!

Imagem ilustrativa sobre medicina e os tipos de carreira que você pode seguir.
Quer saber tudo sobre o mercado de trabalho para os médicos no Brasil? Então continue com a gente!

Quantos médicos trabalham sem título de especialista?

Hoje, cerca de 67% dos médicos trabalham com título de especialista em Residência Médica concluída. Em contrapartida, apenas 26,2% não contam com esse título, e são chamados de “médicos generalistas”.

Entretanto, 16% deles afirma que realizou cursos em especialidades, seja lato sensu, curta duração ou pós-graduação. Mas vale lembrar que essa experiência não é suficiente para garantir o título de especialista: o caminho é mesmo a residência médica.

Outros 10,2% dos médicos declaram não ter nenhum tipo de titulação, somente a vivência profissional prática. Enquanto 6,8% estão cursando alguma especialidade na residência médica, para obtenção de um ou mais títulos.

Como os médicos do Brasil estão distribuídos nos diferentes campos de atuação?

Você já deve saber que a Medicina é exercida na prática clínica e assistencial, conhecida também como “meio clínico”. É quando o médico trabalha com serviços e atividades que precisam do contato direto com o paciente.

Por exemplo, consultas, exames, cirurgias e demais procedimentos e tratamentos. Mas também é possível trabalhar com o “meio não clínico”, que são aquelas atividades administrativas, de gestão, docência, pesquisa, entre outros.

Apesar de tantas opções para escolher, a maior parte dos médicos se dedica ao meio clínico: dos 500 mil médicos no Brasil, 90,9% estão nessa área. Dentro dessa porcentagem, 35,8% exercem alguma outra atividade não clínica, o que é supernormal na profissão, em especial para aqueles médicos que têm seu próprio negócio ou lecionam em paralelo.

A grande maioria dos profissionais trabalha com consultas médicas, 78,7%. Em relação a práticas cirúrgicas em hospitais, 31,8% se dedicam a elas. E 27,5% visam a manipulação de equipamentos, exames diagnósticos, entre outros.

No meio não clínico, é interessante também entender essa distribuição de profissionais. 20,9% exercem atividades de administração e gestão, 17,1% de docência, 14,7% de pesquisa e 3,5% de perícias e laudos.

Como é a divisão entre o trabalho no setor privado e no setor público?

Para analisar melhor o mercado de trabalho para os médicos no Brasil, é legal também ver o que a pesquisa tem a mostrar sobre a divisão de profissionais entre setor privado e público. Foram entrevistados 2.400 médicos para criar esse parâmetro.

Assim, a pesquisa mostra que desse número, 21,5% trabalham exclusivamente no serviço público e 28,3% somente no setor privado. A diferença não é tão grande, certo?

Mas vale lembrar que, ainda assim, a distribuição de médicos entre esses setores é um tanto quanto desproporcional. Isso porque pelo menos 71,5% dos brasileiros dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde, o SUS. Somente 28,5% da população têm algum vínculo com planos de saúde e estão inseridas no sistema privado.

No setor privado, é também maioria a presença de especialistas: 30,6% dos médicos na área têm algum título. Como a concentração de médicos no setor privado é bem maior, os profissionais acabam atendendo uma parcela menor da população.

Em relação aos locais de trabalho, 47,6% dos médicos do setor privado atuam em consultórios particulares. Seja ele individual ou em espaço compartilhado com outros colegas. Em hospitais privados, clínicas e ambulatórios, a porcentagem de profissionais em atuação passa de 30%.

A dupla prática, ou seja, trabalhar no setor privado e no setor público alternando atividades, é bastante comum também. Em especial, entre médicos que atuam em hospitais.

Qual é o perfil dos médicos que realizam plantões?

O plantão médico é aquela atividade que faz parte da vida de qualquer profissional. Por isso, ele se faz presente na pesquisa, para que fique mais claro qual é o perfil do médico que se dedica a essas horas em hospitais, prontos-socorros, unidades de pronto-atendimento ou outros serviços de saúde.

Dentre os médicos entrevistados, 47,4% realizam plantão. Dessa parcela, 62,2% passam por pelo menos dois plantões ao longo da semana.

Vale lembrar que a carga horária média de um médico plantonista é maior do que a de um profissional que não pratica essa atividade. Sendo assim, os plantonistas têm um número maior de vínculos de trabalho, em comparação aos que não fazem plantão.

De forma geral, a distribuição de médicos de plantão é homogênea em todas as grandes regiões de nosso país. No entanto, é possível perceber que a idade dos plantonistas é menor: 71,9% deles têm menos de 25 anos, enquanto 69,5% têm de 25 a 35 anos.

Como é a variação de carga horária de acordo com a região, sexo e idade e como ela tem aumentado nos últimos anos?

Quando a gente fala de vínculo de trabalho, isso quer dizer toda e qualquer ocupação formal que o médico tenha. E que seja remunerado, é claro. Entender essa parte da pesquisa é fundamental para ter uma visão bem abrangente do mercado de trabalho para os médicos no Brasil e quais são as oportunidades para quem ocupa esses vínculos.

Acredite se quiser: na pesquisa, 44% dos médicos afirmaram que em 2019 ocuparam quatro ou mais vínculos. Somente 20% deles têm apenas um vínculo, e 11% seis ou mais vínculos. Esses vínculos podem ser tanto no setor privado quanto no setor público de saúde.

Diante disso, é possível calcular que um médico brasileiro tem, em média, 3,61 vínculos de trabalho cada um. Em relação a gêneros, a porcentagem é equiparada. 40% das mulheres têm um ou mais vínculos, comparadas a 37,1% dos homens.

As faixas etárias que apresentam maior percentual com três ou mais vínculos são de 45 a 55 anos, com 70,3%, 35 a 45 anos, com 69,9% e 25 a 35 anos, com 69,2%.

No interior do país, é mais comum que os médicos tenham três ou mais vínculos. São 64,4% contra 59,6% nas grandes capitais do Brasil. A região Sudeste é a que apresenta mais médicos com até dois vínculos (41,7%), enquanto a região Norte, com três ou mais vínculos (70,9%).

Em cinco anos, dentro do estudo da pesquisa Demografia Médica de 2014 e 2019, dá para perceber que há um grande aumento do número de vínculos por médico em todo o país. Em 2014, 24,2% dos médicos tinham quatro ou mais vínculos. Em 2019, esse número mudou para 44%.

Qual é a faixa salarial predominante no mercado de trabalho para os médicos no Brasil?

E em relação a faixa salarial predominante no mercado de trabalho brasileiro, o que a pesquisa tem a dizer? Esse é um fator que interessa a muitos estudantes, até mesmo para a escolha da residência médica.

Entre os profissionais avaliados, 45,9% afirmam que ganham mais de R$16 mil mensais. Menos de um quinto dos médicos, 18,5%, recebe menos do que R$11 mil reais por mês. O rendimento acima de R$27 mil reais tem uma porcentagem um pouco menor, 17,6%.

No setor público, é possível perceber que a renda é um pouco menor do que no setor privado. Essa é uma das justificativas para aqueles profissionais que optam pela dupla prática. Eles são os que estão na faixa de renda que chega a R$27 mil mensais.

Quando se trata da menor faixa salarial, 42,2% dos profissionais trabalham apenas no SUS, enquanto 21,2%, apenas no privado e 36,6% atuam com dupla prática.

Quais são as principais mudanças ao longo da carreira médica?

Bom, depois de tantos dados e constatações, a pesquisa também fala um pouco sobre as mudanças que ocorrem ao longo da carreira médica. Por exemplo, sabia que alguns médicos acabam trocando de especialidade ao longo do tempo?

Cerca de 17,6% dos entrevistados mostraram que essa dúvida surgiu e que novos estudos foram iniciados. Portanto, se isso ocorrer com você, não se preocupe, faz parte! O mais importante é que você possa seguir na carreira que mais te faça feliz.

E fica a dica: mesmo que você mude de especialidade, não é preciso abandonar a primeira escolha. Você pode concluí-la, fazer uma complementar em seguida ou até mesmo outra diferente. Hoje, 18,2% dos médicos no Brasil possuem pelo menos dois títulos de especialização e você pode fazer parte desse time.

Gostou de saber mais sobre o mercado de trabalho para os médicos no Brasil?

E então, com base nessa pesquisa, você consegue visualizar melhor como anda o mercado de trabalho para os médicos no Brasil? É importante lembrar que essa análise é realizada todo ano, então vale a pena ficar de olho constantemente nas atualizações para entender o que mudou e no que você precisa se adaptar para continuar a ser um excelente profissional.

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AlexandreRemor

Alexandre Remor

Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor