O Título de Especialista em Medicina Intensiva, também conhecido como TEMI, é um marco importante na carreira de médicos que desejam se consolidar na área da terapia intensiva.
Reconhecido oficialmente pelas principais entidades médicas do Brasil, ele representa um selo de qualidade e competência, além de abrir portas para novas oportunidades profissionais e acadêmicas.
Pretende prestar essa prova? Então, saiba que é preciso se preparar bastante! A seguir, explicamos em detalhes como funciona o processo, como obter o título, quais são os pré-requisitos e as vantagens de conquistar a certificação. Continue a leitura!
O TEMI é a certificação concedida pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) aos médicos que comprovam competência técnica e teórica na área. Esse título é reconhecido pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), sendo considerado uma chancela oficial de especialização na área.
Para além da qualificação formal, o TEMI serve como um diferencial no currículo dos intensivistas, garantindo reconhecimento tanto no setor público quanto no privado.
Ele também é requisito obrigatório para atuar como responsável técnico por unidades de terapia intensiva (UTIs) e pode ser exigido em concursos, contratações hospitalares e seleções para cargos de liderança.
Para obter o TEMI, o candidato precisa ser aprovado em um processo seletivo específico, organizado anualmente pela AMIB. A avaliação é composta por diferentes etapas e exige uma preparação consistente. Saiba mais!
O exame é dividido em duas fases. A prova teórica objetiva, que é composta por questões de múltipla escolha, geralmente com 90 itens, abrangendo conteúdos de Fisiologia, Farmacologia, Ventilação Mecânica, Hemodinâmica, Infectologia, Ética Médica, entre outros temas essenciais da prática intensivista. Essa fase tem caráter eliminatório.
E a prova prática ou prova teórico-prática, aplicada apenas para os candidatos aprovados na primeira fase. Nela, o conhecimento clínico é testado por meio de casos clínicos simulados ou questões que exigem raciocínio aplicado ao cenário da UTI e são avaliados por uma dupla de examinadores.
Além da aprovação nas provas, o candidato também precisa apresentar documentação comprobatória da formação e atuação na área (detalharemos mais adiante). Por isso, é muito importante se informar a respeito dos detalhes e datas no edital, sobre o qual já falamos por aqui.
A AMIB estabelece critérios rigorosos para garantir que apenas profissionais com experiência adequada na Medicina Intensiva participem do processo. Os principais pré-requisitos para se inscrever na prova do TEMI são:
Devem apresentar o certificado de conclusão da residência médica em Medicina Intensiva, emitido pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
É necessário apresentar o certificado de conclusão do programa, devidamente emitido e regularizado pela AMIB.
Precisam apresentar o certificado de conclusão de um programa de residência em Medicina Intensiva realizado fora do Brasil, desde que esse documento tenha sido revalidado por uma instituição pública brasileira e registrado na CNRM, conforme determina a Resolução nº 08/2005 da CNRM.
Para os inscritos no REMI, é exigida uma declaração oficial assinada pelo coordenador da Comissão de Residência Médica e pelo coordenador do programa, constando as datas de início e término da residência.
Já para os inscritos no PEMI, é fundamental apresentar uma declaração assinada pelo coordenador do centro formador e pelo diretor médico da instituição, também com as datas de início e previsão de conclusão do programa.
Devem comprovar, por meio de documentos, ao menos seis anos de atuação como médico plantonista em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com uma carga horária mínima de 20 horas semanais.
Conquistar o TEMI representa mais do que uma certificação técnica: é uma conquista estratégica na trajetória profissional de quem escolheu a Medicina Intensiva como especialidade. Veja algumas das principais vantagens:
O TEMI é um título de prestígio, conferido por uma das sociedades médicas mais respeitadas do Brasil. Tê-lo no currículo é sinal de que o médico está em conformidade com os mais altos padrões da prática intensiva.
Muitos hospitais e instituições de saúde exigem o TEMI para a contratação de intensivistas, principalmente para cargos de coordenação, supervisão e chefia. O título também é valorizado em concursos públicos e seleções de processos seletivos em grandes centros.
Para assumir a responsabilidade técnica por uma UTI, o médico precisa ser reconhecido como especialista na área. O TEMI é, nesse sentido, um pré-requisito obrigatório.
Quem deseja seguir a carreira acadêmica ou ingressar em programas de mestrado e doutorado na área da Medicina Intensiva encontra no TEMI um grande diferencial, muitas vezes considerado critério de pontuação adicional em seleções.
O processo de preparação para a prova e a própria experiência profissional necessária para a certificação contribuem significativamente para o aprimoramento do conhecimento técnico, teórico e ético do médico intensivista.
A residência médica em Medicina Intensiva é uma das principais vias de formação para quem deseja atuar em UTIs. Com duração de três anos, o programa é voltado para médicos que já concluíram a graduação e desejam se especializar no atendimento de pacientes críticos.
O conteúdo programático da residência é amplo, envolvendo treinamento em ventilação mecânica, suporte hemodinâmico, uso racional de antibióticos, sedação, analgesia, monitorização intensiva e cuidados paliativos. O residente também desenvolve habilidades de comunicação com familiares, trabalho em equipe multiprofissional e liderança em situações de emergência.
A vivência prática ocorre em ambientes hospitalares de alta complexidade, sob supervisão de profissionais experientes. Ao final da residência, o médico pode optar por prestar o TEMI, já que a conclusão do programa credenciado pelo MEC o torna apto para participar do processo seletivo.
Como você pode ver, o TEMI é um símbolo de excelência e dedicação à Medicina Intensiva. Para médicos que desejam crescer na carreira, conquistar o reconhecimento profissional e contribuir de forma mais qualificada no cuidado ao paciente crítico, ele é uma meta estratégica e transformadora.
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Professora da Medway. Formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com Residência em Clínica Médica (2019-2021) e Medicina Intensiva (2022-2025) pela Universidade de São Paulo (USP - SP). Siga no Instagram: @anakabittencourt