Fala, pessoal! Eu sei que as cardiopatias congênitas são o calcanhar de Aquiles de muita gente. Este é mais um texto do nosso blog que trata dos achados radiológicos nessas condições: vamos falar da Transposição das Grandes Artérias.
Neste texto, vamos revisar os achados de imagem que podem ser observados em pacientes com transposição das grandes artérias. O objetivo é que você consiga suspeitar dessa condição ao avaliar uma radiografia de tórax. Partiu?
A Transposição das Grandes Artérias (TGA), também chamada de Transposição dos Grandes Vasos, é a cardiopatia congênita cianótica mais comum, que se apresenta com cianose já nas primeiras 24h de vida do recém-nascido.
Corresponde a 7% das cardiopatias congênitas, com uma incidência estimada de 1 a cada 5000 nascidos vivos. É mais comum em filhos de mães diabéticas.
A TGA é, mais comumente, uma anomalia isolada (90% dos casos), estando raramente associada a anomalias extracardíacas e síndromes.
Na TGA, há uma discordância ventrículo-arterial, com a aorta se originando do ventrículo direito e o tronco pulmonar se originando do ventrículo esquerdo.
A depender da relação posicional das valvas aórtica e pulmonar, pode ser dividida em TGA direita (dextro-TGA), muito mais comum, e TGA esquerda (levo-TGA), bem mais rara. Vamos focar na mais comum neste artigo, beleza?
A TGA isolada é incompatível com a vida, sendo que anomalias cardíacas associadas (que são comuns) permitem certa troca entre as circulações em paralelo:
O diagnóstico é feito geralmente com um ecocardiograma.
Antes de continuarmos, se você ainda tem dificuldades interpretando raio-x de tórax e abdome, sugiro dar uma olhada no nosso e-book gratuito ABC da radiologia: raio-x de tórax e abdome. Lá nós te damos um passo a passo para a interpretação de radiografia simples de tórax e abdome, ideal para você dar o pontapé inicial nos seus estudos sobre o raio-x e ficar por dentro deste que segue sendo o método de imagem mais disponível nos serviços no Brasil!
Agora, voltando ao assunto, a radiografia de tórax, como já sabemos, é um exame secundário, que não é capaz de identificar a transposição em si, mas que pode demonstrar suas consequências na morfologia cardíaca.
Os achados são clássicos na literatura radiológica e cardiológica, aparecendo muito nas provas.
Na radiografia frontal, classicamente observamos cardiomegalia cujos contornos cardíacos são descritos como semelhantes a um ovo pendurado em um cordão (sinal do ovo no cordão ou egg on string), em decorrência de um afilamento do mediastino superior.
Isso tudo devido à configuração anômala da aorta e tronco pulmonar (geralmente, o tronco da artéria pulmonar fica posterior à aorta, sumindo da imagem do mediastino, que fica fino – “cordão”).
Esperamos ter esclarecido as dúvidas em torno da Transposição das Grandes Artérias. Aqui, no nosso blog, disponibilizamos uma série de conteúdos sobre Medicina de Emergência e residência médica para contribuir com sua preparação.
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Mineira, millennial e radiologista fanática. Formou-se em Radiologia pelo HCFMUSP na turma 2017-2020 e realizou fellow em Radiologia Torácica e Abdominal em 2020-2021 no mesmo instituto, além de ter sido preceptora da residência de Radiologia por 1 ano e meio. Apaixonada por pão de queijo, café e ensinar radiologia.