Fala, pessoal! Tudo beleza com vocês?! Neste texto, vamos tratar da ultrassonografia do rim, mostrando qual é a anatomia normal!
Vamos fazer aqui uma abordagem diferente da anatomia renal. Estudada desde o início do curso de Medicina, sabemos como esse conhecimento é importante para diversas áreas de atuação.
Neste artigo, vamos analisar como os rins são visualizados na ultrassonografia, apresentando sua morfologia e características próprias.
Vamos juntos, então?!
Primeiramente, para analisarmos a anatomia do rim pela USG, temos que entender sobre sua localização, relações e morfologia.
Os rins localizam-se nos flancos e são retroperitoneais. Morfologicamente, alguns autores consideram que eles possuem um formato de “feijão”, tendo, então, dois pólos e um centro, que é o seio renal e contém pelve renal, vasos sanguíneos, cálices e linfáticos.
Os rins possuem o córtex e a medula renal. No córtex, encontram-se os néfrons que são a unidade funcional do rim. A medula renal, por sua vez, é formada pelas pirâmides renais, que convergem para as papilas renais e por fim na pelve renal, levando assim a urina produzida.
A cápsula renal envolve a superfície do órgão e se distingue da USG quando, por exemplo, há um acúmulo de líquido (geralmente, não é visualizada).
Envolvendo os dois rins e a gordura perirrenal, está a fáscia renal ou fáscia de Gerota, a qual também não é bem observada pela USG.
No terço inferior da fáscia de Gerota, temos uma via de comunicação com os demais espaços retroperitoneais, favorecendo disseminação de patologias do para o rim ou destes para outros órgãos.
Anteriormente aos rins estão: o pâncreas, porções do duodeno e cólons. Posteriormente, os órgãos são limitados pela fáscia transversal.
Superiormente ao rim direito, encontra-se o fígado, e ao rim esquerdo, o baço. Isso justifica a maior facilidade de avaliar o rim direito, visto que, para ele, utilizamos o fígado como janela acústica.
Por essa localização dos rins, estes são muito suscetíveis à movimentação respiratória, então, podemos utilizar a inspiração do paciente para facilitar a sua visibilização.
O seio renal, onde observamos os vasos e tecido adiposo, tem alta ecogenicidade (mais branco na imagem). Já o parênquima do rim (córtex e medula) apresenta uma ecogenicidade inferior ao fígado, sendo as pirâmides renais ainda mais hipoecóicas (imagem mais preta).
Na infância, o rim apresenta um córtex significativamente mais hiperecóico (mais branco) que a medula na ultrassonografia.
Nos idosos, vemos a diferenciação corticomedular sendo gradualmente reduzida, pois há uma deposição de material fibroso na medula do rim, assim fazendo as pirâmides se tornarem mais ecogênicas.
O sistema coletor, em geral, é melhor caracterizado quando há um certo grau de ectasia, seja fisiológica por um acúmulo de urina na bexiga, quanto por uma obstrução ureteral.
A urina vai aparecer como um conteúdo anecóico (preto) no interior do sistema pielocalicinal, como veremos abaixo:
Quanto à vascularização renal, sabemos que o rim é irrigado pela artéria renal, seguindo para as artérias interlobares, artérias arqueadas, artérias interlobulares e as arteríolas aferentes, que levam aos capilares glomerulares.
Essas estruturas podem ser visibilizadas pelo Doppler arterial, inclusive sendo utilizadas para a avaliação de estenose de artérias renais.
Uma variante anatômica comum que “modifica” a anatomia do rim e pode levar à confusão, com processos expansivos durante a ultrassonografia, é a hipertrofia da coluna de Bertin.
Essa alteração nada mais é do que a extensão de tecido cortical que separa as pirâmides renais, podendo ser diferenciada de uma lesão, pois a mesma está em continuidade com o parênquima cortical renal e os contornos renais estão preservados.
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Nascido em 93 no meu país que se chama Pará. Graduado em medicina pela Universidade do Estado do Pará e formado em Radiologia e Diagnóstico por Imagem pelo Hospital Porto Dias em 2020. Apaixonado por radiologia, investimentos e interações sociais, não necessariamente nessa ordem.