Vertigem posicional paroxística benigna: tudo sobre essa patologia

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A vertigem posicional paroxística benigna é um tema de extrema importância para dominar e melhorar a atuação nos plantões médicos. Por isso, é indispensável conhecer a patologia e as complicações que podem acontecer em decorrência do distúrbio. 

Para começar, vamos despertar sua curiosidade com um caso de vertigem posicional benigna. Uma mulher de 58 anos procura atendimento após a ocorrência de vertigem súbita e desequilíbrio com náuseas e vômitos, que começaram naquela manhã, quando ela saiu da cama. 

A vertigem durou menos de um minuto, mas voltou quando ela se deitou na cama e se virou. Ela não relata zumbido nem perda de audição. O que fazer diante desse quadro? Para isso, é necessário saber o que é VPPB e as particularidades de tal desordem. 

O que é a vertigem posicional paroxística benigna?

Para começar, podemos dizer que a tontura, um dos sintomas de vertigem posicional paroxística benigna, é inespecífica e pode resultar de um distúrbio de qualquer sistema orgânico. Assim, o diagnóstico diferencial para essa paciente é amplo, incluindo causas médicas, neurológicas e otológicas. 

A vertigem é a sensação ilusória de movimento e pode ser um componente da tontura de um paciente. A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é o tipo mais comum, responsável por quase metade dos pacientes com disfunção vestibular periférica. 

A prevalência da vertigem posicional paroxística benigna é 7 vezes maior nos indivíduos com mais de 60 anos. Além disso, é mais comum em pessoas do sexo feminino do que masculino, em todas as faixas etárias, com uma proporção relatada de 2:1 a 3:1.

Ela também é caracterizada por episódios recorrentes de vertigem, com duração de um minuto ou menos, provocados por uma mudança na posição da cabeça em relação à gravidade. Mesmo sendo eventos individuais e breves, repetem-se por semanas a meses. 

Fisiopatologia da VPPB

A vertigem posicional paroxística benigna é atribuída à canalitíase, detritos de cálcio no canal semicircular. Eles representam cristais soltos de carbonato de cálcio, originários do saco utricular. 

Em condições normais, os canais semicirculares detectam as acelerações da cabeça. Detritos flutuando ​​no canal provocam alterações na endolinfa com acelerações lineares, como a gravidade, causando a sensação errônea de rotação quando a cabeça se desloca em relação à gravidade. 

Esse processo fisiopatológico é compatível com as características epidemiológicas da doença, uma vez que o traumatismo craniano é um antecedente frequente de vertigem posicional paroxística benigna, devido ao deslocamento dos otólitos do utrículo. Eles migram para o semicircular posterior. 

Além do traumatismo craniano, a vertigem paroxística benigna do canal posterior pode ser idiopática em 35% dos casos. No restante, é causa do efeito residual de uma variedade de patologias vestibulares, entre elas: 

  • doença de Ménière;
  • neuronite vestibular;
  • cirurgia de ouvido;
  • herpes zoster oticus;
  • isquemia da orelha interna/perda auditiva neurossensorial súbita. 

O canal semicircular posterior é o local mais comum de canalitíase. Já os canais semicirculares, anterior (superior) e horizontal são mais raros e possuem manifestações clínicas diferentes.

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Agora que você já sabe o que é vertigem posicional paroxística benigna, que tal continuar aprendendo sobre esse distúrbio? Aqui, no nosso blog, você pode ler materiais completos sobre o diagnóstico e o tratamento da VPPB, partes essenciais para uma anamnese completa do paciente e um exame físico minucioso. 

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AmandaMazetto

Amanda Mazetto

Formação em Medicina na Universidade Nove de Julho pelo FIES. Pesquisa no Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP.