Como é a residência em Clínica Médica na ISCMSP

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A residência em Clínica Médica na ISCMSP é uma das mais renomadas no estado de São Paulo. A qualidade de atendimento e aprendizado da instituição é um dos principais motivos que levam à alta procura pelos futuros médicos residentes dessa área.

Fundada há 460 anos, a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP) é uma instituição privada e laica. Ela leva esse nome por ter pertencido à ordem das Santas Casas de Misericórdia, criada em Portugal em 1498, por aristocratas católicos que visavam a caridade e o atendimento à saúde dos mais necessitados.

Hoje, a instituição é considerada o maior hospital filantrópico da América Latina e atende a aproximadamente 8.000 pessoas nas 5 unidades que administra: Hospital Central, Hospital Santa Isabel, Centro de Saúde Escola Barra Funda, Hospital Dom Pedro II e Hospital São Luiz Gonzaga.

Nesses locais, os médicos residentes em Clínica Médica têm uma vivência prática em variados estágios e realizam procedimentos de baixa e alta complexidade. A seguir, vamos contar tudo sobre o programa com a ajuda de Andréia e Bruno, que estão cursando o segundo ano.  

A residência em Clínica Médica

O programa de residência em Clínica Médica na ISCMSP tem duração de dois anos, em que o médico residente passa por diversos estágios. Cada etapa de aprendizado é essencial para a formação que o mercado de trabalho exige e a boa conduta no dia a dia da profissão. 

De acordo com Andréia, o primeiro ano da residência divide-se em múltiplas atuações. São 3 meses (não consecutivos) em pronto-socorro, com carga horária das 7h às 19h ou até o último paciente ser atendido e os procedimentos serem finalizados. 

Ainda no R1, há 3 meses de enfermaria e 1 mês para cada uma das seguintes especialidades: Geriatria, Hematologia, Infectologia, UTI e UBS. No geral, são em média de 4 a 5 plantões noturnos a cada rodízio, com exceção dos meses de PS, UTI e Infecto. Além disso, as férias dessa primeira etapa são de 30 dias.  

Já no segundo ano, o futuro clínico geral passa um mês em cada área: Nefrologia, Endocrinologia, Pneumologia, Cardiologia, Gastrologia, PS e UTI. O ciclo de enfermaria estende-se a dois meses, o mesmo período dos estágios eletivos. Os plantões noturnos seguem a média anterior, menos nos meses de PS, UTI e Nefro.

Estágios eletivos

A residência em Clínica Médica na ISCMSP possui dois meses de estágio eletivo. Nessa fase, a maioria dos residentes opta por uma especialidade de interesse pessoal. Os plantões noturnos continuam em paralelo no Pronto-Socorro da Santa Casa.

Durante o eletivo, os estudantes precisam atuar especificamente em São Paulo, mesmo que em outras instituições. Ao longo do programa, é possível se eleger em estágios externos, fora do país. 

Carga horária

Segundo Bruno, a residência médica da ISCMSP respeita a carga horária de 60 horas semanais, mas ainda é comum que alguns dias sejam a exceção. Ana, por exemplo, já ficou 34 horas em trabalho, em que 12 foram diurnas, 12 em plantão noturno e 10 em visitas à enfermaria. 

Isso acontece quando há casos mais complexos, que requerem atendimentos mais longos. A médica residente também comenta que, na Santa Casa, é comum haver pacientes intubados com DVA na enfermaria devido à indisponibilidade de vagas na UTI, o que exige atenção redobrada.

Pós-plantão

Em geral, os residentes têm pós-plantão de 24 horas em Clínica Médica, e poucos estágios não têm essa exigência. No PS, segundo Bruno, sempre há um pós-plantão no dia seguinte: “você faz o plantão noturno, que é pesado, e vai para casa descansar”, comenta.

Ele acrescenta que os plantões de Nefrologia não têm um pós, o que permite o trabalho de pelo menos meio período no dia seguinte. Em Infectologia no Emílio Ribas, tem o pós a partir das 12 horas, indo de plantão para a enfermaria. Após discutir os casos dos pacientes, o descanso é liberado. 

Tempo do plantão

O número de plantões da residência em Clínica Médica na ISCMSP depende da quantidade de residentes. Segundo Bruno, geralmente, são entre 35 e 42 plantões noturnos no PS durante o R1. Em 3 meses desse ciclo, em que há 12 horas diurnas, não tem trabalho à noite. 

“No estágio de UTI, são de 20 a 22 plantões diurnos/noturnos no mês. Na UTI, você pode juntar os plantões e fazer de 24h a 36h e tirar vários dias de folga”, diz o residente. Ele ainda conta que passam por mais 5 plantões no Emílio Ribas durante o mês de Infecto e que, no R2, são aproximadamente de 35h a 40h em PS, 5h em Nefro e de 20h a 22h em UTI.

Melhores estágios da residência

Para Andréia, o PS é o melhor estágio devido às oportunidades de aprendizado prático, manejo de paciente e procedimentos. Os ambulatórios com muitos pacientes e preceptores presentes também são essenciais ao ensinar o que o clínico deve saber. 

Bruno também acha que o pronto-socorro é  melhor, mas o “pior” ao mesmo tempo. Isso porque essa etapa possui a carga horária mais pesada na residência em Clínica Médica. Ele conta que só vão embora quando os atendimentos e as pendências são concluídas, podendo haver maior sobrecarga de horário, trabalho e emocional. 

Ainda assim, é onde mais aprendem, perdem o medo de pacientes críticos e realizam incontáveis procedimentos. Alguns deles são: acesso central, cateter de hemodiálise (Shilley), intubação, toracocentese e paracentese. Além disso, ainda são ensinados a fazer o manejo de drogas vasoativas e lidar com emergências.

Quais são os pontos fortes da residência na ISCMSP?

Os pontos fortes da residência em Clínica Médica são a execução de diversos procedimentos e o manejo de pacientes em estado grave. “A gente aprende a fazer o que é necessário para cuidar daquelas pessoas da melhor forma possível, considerando o contexto do hospital”, conta Andréia.

Bruno acredita que a capacitação para casos complexos ajuda no mercado de trabalho. Ao terem experiência com alta demanda e pacientes delicados, há maior oferta de emprego em UTIs. 

Estude para a prova de residência com a gente!

Para conseguir a vaga na residência em Clínica Médica na ISCMSP, é essencial começar a se preparar para essa prova. No nosso Guia Estatístico, indicamos os seis focos recorrentes em cada grande área na prova de residência da Santa Casa nos últimos cinco anos!

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JoanaRezende

Joana Rezende

Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway