Nos últimos anos surgiu algo novo no Brasil: provas de residência em medicina de emergência. Em nossa trajetória como estudantes e formados em medicina, nos interessamos muito pelo assunto de emergências e pronto-socorro. Além disso, sempre recebemos muitos feedbacks querendo saber mais sobre as especialidades em si.
Por isso, hoje vamos falar mais sobre a especialidade, sobre as melhores residências em medicina de emergência e sobre a vida de quem já é residente na área. Bora lá?
Antes de continuar, galera, você precisa de ajuda para escolher sua especialidade médica para começar a residência? Se sim, temos uma sugestão perfeita para você! O Med Escolha é o teste que vai te auxiliar a entender qual é a especialidade que encaixa com o seu perfil. Sabemos que é angustiante esse momento, por isso vamos te ajudar. Não perca tempo e clique AQUI para começar logo!
A residência em emergência é de acesso direto e tem a duração de 2 anos. O objetivo do programa é formar profissionais capacitados para atuar em pronto-socorros, onde há situações clínicas e traumáticas.
A história do programa no Brasil iniciou em 1996, com a criação da primeira residência em Emergência por um grupo de médicos do Pronto Socorro de Porto Alegre. Anos depois, em 2002, a Sociedade de Medicina de Emergência (SOBRAMEDE) foi fundada em Brasília.
Ao longo da residência, os alunos irão aprender e atender em diferentes locais, como:
De acordo com o site Vagas.com, um médico emergencista ganha, em média, R$ 11.000,00. Em geral, médicos recém-formados iniciam ganhando R$ 8.276,00 e podem chegar a R$ 13.864,00.
Vale ressaltar que os valores variam conforme o local, formação, hospital, experiência e outros fatores.
Um dos hospitais de maior nome e prestígio da cidade de São Paulo. Com isso, o curso de residência em medicina de emergência do Einstein dá a oportunidade o aluno de atuar em Prontos-Socorros de Hospitais terciários e secundários, Unidades de Primeiro Atendimento (Privadas e SUS), Atendimento Pré-Hospitalar e UTI.
O curso de residência em medicina de emergência da UNICAMP oferece treinamento teórico e prático específico para atendimento de urgências e emergências, em ambiente de Unidade de Emergência Referenciada, Pronto Atendimento, SAMU e Centro de Toxicologia.
A UNIFESP também oferece um programa de residência em medicina de emergência. Logo, caso queira saber mais sobre a prova dessa universidade, não deixe de conferir nosso texto sobre, isso aqui!
Nossa “casinha” também oferece um curso de Residência em Medicina em Emergência, então, achamos nada mais justo dar voz a quem cursa essa especialidade. Portanto, confira a seguir uma entrevista que fizemos com um residente da USP. Vale citar que não abordamos todas as possibilidades de residência em medicina de emergência em SP, apenas listamos algumas das opções.
Pensando em todas as dúvidas que surgiram, fizemos uma entrevista honesta, sincera e absolutamente completa sobre tudo que você precisa saber a respeito da Residência de Medicina de Emergência com um residente da HC-FMUSP. E o que mais nos perguntaram foi:
Isso e muitas outras objeções que as pessoas têm sobre essa especialidade – nova no Brasil, mas já antiga em outros países – iremos desmistificar hoje. Ainda há poucos Residentes nessa especialidade, e há informação escassa sobre a mesma. Diante disso, queremos que esse cenário mude a partir de hoje.
A Medicina de Emergência é a especialidade médica que concentra seu foco de atenção no paciente que se apresenta basicamente com três características fundamentais:
Ou seja, é o médico especialista – e vale frisar: não existe nenhuma outra especialidade com esse mesmo foco – no paciente que abruptamente apresenta um quadro clínico ainda sem explicação, sem diagnóstico, e que potencialmente coloca sua vida em risco, independente da sub-área da medicina na qual ele provavelmente se encaixe. E importante: isso tudo independente de que doença é, quem é o paciente ou aonde ele esteja (pré hospitalar, intra-hospitalar, áreas remotas, etc). É como diz o lema da especialidade nos EUA (já existente há 50 anos): “Anyone, anything, anytime“.
Simples. Na minha concepção, perante todas as situações possíveis que alguém precisa de um médico (por exemplo: uma cirurgia, uma consulta com especialista, um pré-natal, ou mesmo numa UTI), o cenário onde é mais decisivo ter o melhor médico possível, com treinamento formal para estar lá, é o cenário de a pessoa ser acometida subitamente por uma doença ainda sem diagnóstico e que a possa levar a óbito na próxima hora caso não seja rapidamente identificada e fornecido o tratamento inicial; ou seja: numa emergência. É lá que eu quero estar.
É muito simples: quem falou que emergência é sinônimo de plantão, de desordem, de stress? Pelo contrário, só é assim no Brasil porque não existia (ainda) a especialidade, ou seja, um grupo de pessoas formalmente preparadas e decididas a fazer bem feito e com qualidade.
A especialidade completa 50 anos nos EUA agora em 2018. Na grande parte dos hospitais o turno do Emergencista profissional é de 6 a 8 horas. Afinal, por quê não? O ambiente é organizado, fluxos bem estudados e bem estabelecidos. O profissional passa visita, atende as emergências, faz Medicina de qualidade e de alto desempenho. Isto é, como em qualquer outra especialidade organizada. E volta para casa.
Além disso, é muito bem remunerado em qualquer ranking de salário de especialidades médicas nos EUA ou Europa. Turnos longos de trabalho não só são coisa do passado, como está vastamente documentado em literatura que decresce a qualidade da assistência e aumenta taxas de burnout. Isso é arcaico, é contraproducente. Além disso, o PS (Pronto-Socorro) não é estressante.
Ou seja, a sala de emergência é, no meu modo de ver, o grande templo da medicina. Onde se vê a medicina à flor-da-pele, de verdade. Também é onde são feitos os diagnósticos, onde se salvam vidas literalmente, onde o contato do médico com o paciente é vivo, é emocionante. Depois que você se ambienta no PS parece que todo o resto perde um pouco do brilho.
Dependendo da região que o leitor estiver, ele sabe bem que qualquer um (mesmo um recém-formado) pode abrir um consultório e atender casos de Hipertensão, Insuficiência Cardíaca e FA sem ter feito cardiologia. Ou atender depressão, ansiedade e TAB sem ser psiquiatra. Certo? Do que estamos falando, então? Do grau de excelência da medicina que se exerce.
Tente ir em um hospital de ponta em São Paulo e diga que quer comandar a enfermaria de neurologia, sem ser neurologista. Absurdo, certo? Isso progressivamente foi mudando para as especialidades supracitadas. Agora, chegou para a Medicina de Emergência.
Cada vez mais (pelo menos nos centros de excelência) será indispensável ter um preparo formal, de qualidade, para atender um paciente que está na vigência de uma Anafilaxia, ou após um Afogamento, Eletrocutado, em Parada Cardíaca, em IRpA (Insuficiência Respiratória Aguda) e Via Aérea difícil. Enfim, a lista é infinita… Mas até então não existia – no Brasil – especialista para isso.
Se você analisar o ranking de especialidades mais bem remuneradas nos EUA, em praticamente todas a Medicina de Emergência está entre as mais bem pagas ou pelo menos na metade superior da lista. O motivo é óbvio: se você perguntasse a um economista qual seria o cenário ideal para um ramo profissional prosperar, ele diria: “Ora, seria algo que tem uma demanda gigantesca, e que poucas pessoas são formalmente preparadas para exercer”. Pois bem, ele acaba de definir o que é a Medicina de Emergência no Brasil hoje. Acho que não preciso falar mais nada!
A Residência possui dois grandes diferenciais: a imensa diversidade de cenários, os institutos do complexo HC-FMUSP, bem como a ampla carga teórica que temos semanalmente, com curso horizontal de USG Point of Care, procedimento em cadáveres, aulas de inglês médico, reuniões de morbi-mortalidade, de análise e interpretação de trabalhos científicos.
Além do grande estímulo por parte do staff, chefiado pelo Professor Irineu Tadeu Velasco, na produção de conteúdo didático e pesquisa científica em emergência. Não é nenhum exagero dizer que somos uma das residências mais bem organizadas do HC-FMUSP e, em muitos aspectos, como na parte teórica/didática por exemplo, considerada inclusive modelo para os demais programas.
Digo só uma frase… Medicina de Emergência: os 15 minutos mais interessantes de todas as outras especialidades.
Nosso entrevistado gentilmente cedeu o e-mail dele para que você possa tirar qualquer dúvida que tenha em relação a essa nova especialidade e como foi seu processo para a prova para residência médica. Como pôde se ver, as concepções dessa nova especialidade vão muito além dos (pré-)conceitos que geralmente se têm.
Entre em contato via [email protected] para tirarem suas dúvidas! Ou entre em contato conosco que repassaremos a dúvida! Para saber mais, a Residência de Medicina de Emergência do HC-FMUSP tem um site próprio, não deixem de conferir: http://www.residenciamehcfmusp.com.br/ E nos dêem o feedback! Um abraço a todos e contem conosco para ajudar vocês a passar na prova de residência médica!
Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor