A busca pela reconstrução da forma e da função do corpo humano acompanha a história da Medicina desde tempos antigos. Contudo, foi apenas com o avanço da ciência e das técnicas cirúrgicas que a Cirurgia Plástica se consolidou como uma das especialidades médicas mais fascinantes e complexas e as subespecialidades da Cirurgia Plástica se desenvolveram e vêm ganhando terreno.
Muito além da estética, ela é responsável por devolver autoestima, reabilitar pacientes e transformar vidas.
Cada subespecialidade tem seu campo de atuação e desafios próprios. Esse é o assunto de nosso texto. Conheça as subespecialidades da Cirurgia Plástica.
A Cirurgia Plástica é uma especialidade médica dedicada à reconstrução, restauração ou alteração de estruturas do corpo humano, seja para fins funcionais ou estéticos.
Seu objetivo ultrapassa a busca pela beleza: ela é fundamental para a recuperação de pacientes vítimas de traumas, doenças, malformações congênitas ou condições adquiridas que comprometem a função ou a aparência de partes do corpo.
A palavra “plástica” vem do grego plastikē, que significa “a arte de modelar”, traduzindo perfeitamente o papel do cirurgião plástico como um profissional capaz de remodelar tecidos e devolver qualidade de vida aos pacientes.
Ao longo da história, a Cirurgia Plástica evoluiu a partir de procedimentos rudimentares realizados em civilizações antigas, mas ganhou notoriedade e desenvolvimento técnico principalmente após as grandes guerras mundiais, quando a necessidade de reconstruir faces e membros mutilados impulsionou pesquisas e inovações.
A residência médica em Cirurgia Plástica é uma especialização de acesso indireto, ou seja, o médico precisa, primeiramente, concluir uma residência em Cirurgia Geral, que dura de 2 a 3 anos. Só então pode ingressar na residência específica de Cirurgia Plástica, que tem duração média de 3 anos.
Durante a formação, o residente recebe treinamento teórico e prático abrangente, com foco tanto em procedimentos estéticos quanto reparadores.
O currículo inclui desde técnicas de sutura e enxertos até cirurgias complexas de reconstrução, microcirurgia, manejo de queimados, procedimentos estéticos e acompanhamento ambulatorial.
O objetivo é formar profissionais aptos a atuar em diferentes contextos, com domínio técnico e sensibilidade para lidar com as expectativas e necessidades dos pacientes.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), fundada em 1948, é a principal entidade responsável por promover, aprimorar e fiscalizar o ensino da Cirurgia Plástica no Brasil. Com mais de 6.700 membros, a SBCP estabelece critérios rigorosos para formação e certificação dos especialistas, além de incentivar a educação continuada e o avanço científico na área.
Existem muitas subespecialidades de Cirurgia Plástica. Cada uma delas visa um aspecto específico do cuidado ao paciente, seja na reabilitação funcional, na melhoria estética, no tratamento de condições específicas ou na atuação em faixas etárias diferenciadas.
A Cirurgia Plástica Reconstrutiva tem como objetivo principal restaurar a forma e a função de estruturas corporais afetadas por traumas, doenças, cirurgias oncológicas, queimaduras ou malformações congênitas.
Ela é necessária para que pacientes possam se reintegrar à sociedade, recuperar funções essenciais e resgatar sua autoestima. Entre os procedimentos mais comuns estão:
As indicações podem ser tanto para corrigir deformidades congênitas, como síndromes craniofaciais e malformações de membros, quanto para tratar sequelas adquiridas durante a vida, como feridas complexas, cicatrizes e lesões extensas.
Ainda se destaca, entre as subespecialidades de Cirurgia Plástica, a Cirurgia Plástica Estética — também chamada de Cirurgia Cosmética, voltada para a melhoria da aparência física e, consequentemente, do bem-estar e autoestima dos pacientes.
Ela abrange procedimentos realizados em pessoas que desejam modificar características do corpo consideradas insatisfatórias, como sinais do envelhecimento, proporções corporais ou traços faciais. Entre as cirurgias mais procuradas estão:
Além dos procedimentos cirúrgicos, a área estética abrange técnicas minimamente invasivas, como aplicação de toxina botulínica, preenchimentos e lasers, muitas vezes em interface com a Cosmiatria.
A Cosmiatria é uma subespecialidade que se dedica ao tratamento, prevenção e manutenção da saúde e beleza da pele e seus anexos (cabelos, unhas).
Ela atua na interseção entre a Dermatologia e a Cirurgia Plástica, utilizando procedimentos clínicos, químicos e tecnológicos para melhorar a qualidade da pele, tratar manchas, rugas, flacidez, cicatrizes de acne e outros sinais do envelhecimento. Entre os principais procedimentos realizados pela Cosmiatria estão:
A Cosmiatria é uma área em contínua evolução, acompanhando as inovações tecnológicas e as demandas por tratamentos menos agressivos e com rápida recuperação.
A Cirurgia da Mão é uma subespecialidade que requer conhecimento detalhado da anatomia e da fisiologia das mãos e punhos, estruturas que permitem a realização de atividades cotidianas. O cirurgião especializado nessa área trata:
A finalidade é restaurar a funcionalidade e a sensibilidade das mãos, promovendo a reabilitação e a reintegração do paciente às suas atividades profissionais e pessoais.
A Cirurgia Crânio-Maxilo-Facial é voltada para o tratamento de doenças, deformidades e traumas que acometem a face, o crânio e as estruturas associadas.
É uma das mais complexas subespecialidades da Cirurgia Plástica, pois envolve o manejo de ossos, músculos, nervos e tecidos moles da região facial. Entre as principais indicações estão:
Esse campo exige integração com outras especialidades, como Neurocirurgia, Otorrinolaringologia e Odontologia, devido à complexidade anatômica e funcional da região.
A Plástica Pediátrica é uma subespecialidade menos difundida, mas de grande importância, destinada ao cuidado de crianças com malformações genéticas ou adquiridas.
O tratamento precoce dessas condições é fundamental para garantir o desenvolvimento adequado, prevenir sequelas funcionais e assegurar a inclusão social dos pequenos pacientes. Entre as principais indicações da Plástica Pediátrica estão:
O acompanhamento multidisciplinar é exigido, envolvendo pediatras, fonoaudiólogos, psicólogos e outros profissionais para que o melhor resultado possível seja alcançado.
Além das áreas citadas e descritas, podemos indicar outras subespecialidades da Cirurgia Plástica, as quais foram se consolidando para prestar atendimento a demandas cada vez mais específicas dos pacientes e da sociedade. Em geral, podem ser encaixadas dentro de alguma das subespecialidades já faladas.
A Cirurgia de Queimaduras é uma subespecialidade que atua tanto no tratamento agudo das lesões quanto na reconstrução de sequelas provocadas por queimaduras.
O cirurgião plástico especializado nesse campo realiza enxertos, retalhos e outras técnicas para restaurar a função e a aparência das áreas afetadas, além de acompanhar a reabilitação dos pacientes a longo prazo. É uma subespecialidade dentro da Cirurgia Plástica Reconstrutiva.
A Microcirurgia consiste em procedimentos altamente especializados que envolvem a reconstrução de tecidos utilizando técnicas de sutura de vasos sanguíneos e nervos sob microscópio.
A Microcirurgia permite transferências de tecidos (enxertos e retalhos livres) para áreas que perderam função ou cobertura, sendo uma das áreas mais avançadas da Cirurgia Plástica.
Esta subespecialidade maneja feridas de difícil cicatrização, como úlceras crônicas por pressão, feridas diabéticas, vasculites e lesões traumáticas extensas.
O cirurgião plástico aplica técnicas cirúrgicas sofisticadas para efetivar o fechamento dessas feridas, muitas vezes recorrendo a enxertos, retalhos e métodos de terapia por pressão negativa.
A Reconstrução Oncológica é dedicada à restauração de órgãos e tecidos depois de ressecções de tumores malignos ou benignos.
O exemplo mais conhecido é a reconstrução mamária pós-mastectomia, mas essa subespecialidade também considera reconstruções em cabeça e pescoço, membros e outras regiões acometidas por câncer, visando devolver função, forma e autoestima ao paciente.
Focada especialmente em pacientes que passaram por grandes perdas de peso, como após cirurgias bariátricas, essa subespecialidade realiza procedimentos para remover excessos de pele e remodelar o corpo.
Algumas instituições e profissionais consideram a Cirurgia de Face uma subespecialidade à parte, dada a complexidade anatômica e funcional da região.
Inclui procedimentos estéticos e reconstrutivos, como ritidoplastia (lifting facial), blefaroplastia, otoplastia, e reconstrução depois de traumas ou tumores.
Historicamente, houve programas de Cirurgia Plástica em populações encarceradas, com o intuito de reabilitação social e redução da reincidência criminal.
Embora não seja uma subespecialidade formal nos dias atuais, é um exemplo de aplicação social da Cirurgia Plástica.
A Cirurgia Plástica é uma especialidade dinâmica, multifacetada e em constante evolução. Suas subespecialidades permitem que o médico atue em diferentes frentes, desde a reabilitação de funções básicas até a promoção da autoestima e do bem-estar.
Seja na reconstrução de traumas, no tratamento de malformações, na busca por rejuvenescimento ou na atuação junto ao público infantil, o cirurgião plástico desempenha um papel valioso na Medicina moderna, integrando ciência, arte e empatia em cada procedimento.
As subespecialidades da Cirurgia Plástica mostram a amplitude do campo de atuação e a importância de uma formação sólida e atualizada. Se você deseja se destacar nessa área e conquistar sua vaga na residência, invista em uma preparação completa e direcionada.Prepare-se para a residência médica em Cirurgia com o Extensivo R+ da Medway! Conteúdo aprofundado, suporte personalizado e materiais exclusivos para você conquistar sua aprovação e trilhar uma carreira de sucesso na Cirurgia Plástica.
Paraense, pai de pet e professor da Medway. Formado pela Universidade do Estado do Pará, Residência em Clínica Médica pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Siga no Instagram: @igor.medway