Tratamento da colelitíase: tudo que você deve saber

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Fala, galera! Beleza? Seguindo os temas cirúrgicos aqui no blog, hoje vamos falar um pouco sobre o tratamento da colelitíase. Até o final do texto, você vai saber quando indicar ou não a cirurgia para esses pacientes. Interessante, né?

Preparado? Então, vamos lá!

Qual é o tratamento da colelitíase?

Quando chega um paciente com cólica biliar no pronto-socorro, devemos focar em tratar seus sintomas (dor, náuseas, vômitos), sendo que, para analgesia, recomendamos o uso de anti-inflamatórios e antiespasmódicos.

A colelitíase vai indicar necessidade de tratamento cirúrgico quando sintomática, através  de colecistectomia videolaparoscópica eletiva (padrão-ouro). 

Nos pacientes com contraindicação ao procedimento cirúrgico, podemos tentar fazer o tratamento clínico com ácido ursodesoxicólico (UCDA) ou a litotripsia extracorpórea, ambos com baixa taxa de cura. 

Figura 1: Colecistectomia videolaparoscópia. (A) Colocação dos trocartes. (B) Retração inicial da vesícula biliar. (C) Visão crítica da segurança. (D) Clipagem e divisão da artéria e ducto císticos. (E) Dissecção da vesícula biliar do leito hepático. (F) Extração da vesícula biliar. (Tratamento da colelitíase)
Figura 1: Colecistectomia videolaparoscópia. (A) Colocação dos trocartes. (B) Retração inicial da vesícula biliar. (C) Visão crítica da segurança. (D) Clipagem e divisão da artéria e ducto císticos. (E) Dissecção da vesícula biliar do leito hepático. (F) Extração da vesícula biliar. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/laparoscopic-cholecystectomy?search=colelitiase&topicRef=670&source=related_link#H7.

A realização de colangiografia intraoperatória de rotina é discutível, sendo indicada quando: 

  • dúvida anatômica; 
  • árvore biliar dilatada; 
  • incapacidade de realizar CPRE no pós-operatório; 
  • suspeita de coledocolitíase. 
Figura 2: Colangiografia intraoperatória com dois cálculos no ducto biliar comum.
Figura 2: Colangiografia intraoperatória com dois cálculos no ducto biliar comum. Disponível em: https://abdominalkey.com/choledocholithiasis/

“Então o paciente assintomático não precisa operar?” Via de regra, não, a não ser que façam parte do grupo de alto risco, de modo que, mesmo assintomático, deve ser submetido à colecistectomia. Para fixar, segue uma tabela retirada da nossa apostila de cirurgia do curso extensivo:

Figura 3: Grupos de risco.
Figura 3: Grupos de risco. 

Então para não ter dúvida, as indicações de colecistectomia são:

  • colelitíase sintomática;
  • hemólise crônica;
  • risco aumentado de neoplasia (vesícula em porcelana, cálculo grande >3cm, cálculo associado a pólipo);
  • cirurgia bariátrica (colecistectomia profilática, mas não há consenso).

“E se for gestante?” Sabemos que a gravidez e suas alterações fisiológicas favorecem a formação de cálculos. 

Se a paciente apresentar sintomas recorrentes ou não conseguir ganho de peso adequado devido aos sintomas, ela pode ser submetida à colecistectomia em qualquer fase da gestação, preferencialmente no segundo trimestre, sem contraindicações a realização da laparoscopia.

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Referências

  1. Salam F Zakko. Overview of nonsurgical management of gallbladder stones. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/overview-of-nonsurgical-management-of-gallbladder-stones?search=colelitiase&topicRef=654&source=related_link.
  2. Nathaniel J Soper. Laparoscopic cholecystectomy. Disponível: https://www.uptodate.com/contents/laparoscopic-cholecystectomy?search=colelitiase&topicRef=670&source=related_link#H1.

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MatheusCarvalho Silva

Matheus Carvalho Silva

Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).