Uso de redes sociais para médicos: saiba mais sobre a Resolução nº 2.133/2015!

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As redes sociais são ferramentas poderosas para conectar pessoas e divulgar serviços. Elas têm alcance ilimitado e praticamente sem custo. Basta saber criar um conteúdo relevante e engajar seu público. No entanto, a depender das suas atividades, é importante ter cuidado ao fazer uso de redes sociais

Algumas profissões, como a dos médicos, reúnem regras específicas na hora de fazer a divulgação. 

Elas têm foco em preceitos éticos e na proteção de pacientes e clientes. Quer saber o que diz a resolução CFM nº 2.133/2015? Continue a leitura e descubra agora mesmo!

O que diz a resolução CFM nº 2.133/2015?

As redes sociais são meios baratos e muito eficientes para divulgação dos trabalhos médicos. No entanto, para evitar atos atentatórios à ética médica e preservar o bem-estar dos clientes, o CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou a Resolução nº 2.133/2015 com normas para divulgação e publicação de assuntos médicos na internet.

O texto legal faz alterações na Resolução nº 1.974/2011 passando a permitir que os profissionais médicos publiquem em seus perfis nas redes sociais informações como especialidade, CRM, endereço e telefone de trabalho em decorrência de entendimentos equivocados envolvendo o tema.

Uso de redes sociais para médicos: o que pode?

O dever do médico é sempre contribuir com o bem-estar da sociedade por meio da promoção da saúde. Dessa forma, independentemente da especialidade do profissional, as postagens realizadas devem conter informações que possam ajudar o leitor a ter uma vida mais saudável.

Como exemplo de publicações que são recomendadas para as redes sociais, podemos mencionar:

  • conteúdo para viver mais e melhor;
  • dicas de bem-estar mental e físico;
  • notícias sobre campanhas relacionadas a prevenção e combate de doenças como câncer e ISTs;
  • dicas de prevenção de doenças sazonais como a dengue;
  • materiais informativos;
  • estudos e pesquisas sérias sobre problemas relacionados à sua área de atuação.

Além disso, o CFM é bastante cauteloso em relação à divulgação de imagens de pacientes. Portanto, antes de postar selfies e imagens com pacientes, consiga sua autorização por escrito.

Uso das redes sociais para médicos: o que não pode?

Existem várias práticas que são proibidas pelo CFM. Contudo, muitos profissionais agem de má-fé ou não têm conhecimento de que algumas delas são abusivas e proibidas pelo conselho. Veja, a seguir, um bom número dessas proibições e evite sofrer penalidades!

Prometer resultados

Por mais expertise que o profissional tenha, a Medicina é uma obrigação de meio e não de resultado. Afinal, por mais que você detenha as melhores técnicas, é impossível dar certeza que algum procedimento vai efetivamente funcionar.

Existem vários fatores que podem influenciar na recuperação e nos resultados do paciente, e cada pessoa pode responder de forma diferente a um mesmo estímulo, tratamento ou medicamento.

Transmitir confiança e demonstrar um profundo conhecimento sobre o tema é uma situação. Por outro lado, realizar promessas e dar garantias é completamente diferente. Esse tipo de atitude gera expectativas, causa frustrações e compromete sua reputação. Aja sempre com sinceridade e honestidade na hora de fornecer informações.

Divulgar informações que não tenham base em estudos clínicos

É muito comum ver profissionais divulgando informações de cunho científico sem que, de fato, existam estudos robustos para embasá-las. Isso acontece com a intenção de conferir maior credibilidade ao que é dito, mas é extremamente prejudicial. Afinal, a maior parte dos pacientes não vai descobrir a diferença e acabará induzido a erro.

Ao difundir informações sem embasamento científico o profissional pode ser descoberto com facilidade. E, além ser um desserviço, ainda pode resultar em penalidades por divulgar informações sem fundamento e induzir possíveis pacientes a erro.

Atribuir a si mesmo especialidades sem título certificado

É possível que o médico divulgue e destaque seus títulos e especializações. Contudo, para isso, é essencial que a especialização esteja registrada no CRM.

É muito comum que médicos façam pós-graduação em determinada área depois coloquem em seus perfis que são especialistas. No entanto, para dizer que um profissional é neurologista, dermatologista ou endocrinologista, por exemplo, é necessário passar pela residência médica.

Outro ponto importante é que o CFM proíbe o anúncio das pós-graduações realizadas para capacitação, ainda que sejam realizadas em instituições de renome, já que isso pode confundir os pacientes — ao menos que o curso seja relacionado à especialidade registrada pelo médico no Conselho.

Discutir assuntos médicos de forma sensacionalista

O médico tem o compromisso de informar e cuidar da saúde de seus pacientes. Assim, qualquer assunto relacionado à profissão deve ser tratado com seriedade, de forma clara e objetiva.

Por isso, incluir posicionamentos políticos, crenças pessoais, comparações e chamadas apelativas são práticas proibidas pelas normas do CFM. E isso inclui imagens de antes e depois dos pacientes.

Ainda que ocorra autorização expressa, publicar esse tipo de imagem cria expectativas de resultados que podem ser diferentes para cada paciente. Essa proibição também protege o médico de eventuais demandas judiciais por parte de clientes que possam se sentir lesados quando não conquistam o mesmo resultado.

Compartilhar imagens, nomes e dados de pacientes

A relação médico-paciente é pautada na confiança e deve respeitar o sigilo profissional. Assim, é proibido que sejam divulgadas nas redes sociais informações e imagens que possam expor o cliente.

Por mais que o caso seja interessante, a identidade do paciente deve ser protegida em primeiro lugar. O mesmo serve para diagnósticos, estado de saúde e até mesmo procedimentos estéticos realizados. Situações bastante frequentes, especialmente no caso de pessoas famosas.

Divulgar valores, promoções e condições de pagamento

O Conselho Federal também proíbe que sejam divulgados valores das consultas e procedimentos, assim como promoções e condições especiais de pagamento. O que inclui parcelamentos, descontos e demais formas de pagamento facilitadas.

As regras de uso de redes sociais para os médicos são pautadas no cuidado com o bem-estar dos pacientes e também na segurança dos profissionais. Nós sabemos que elas são poderosas ferramentas de divulgação do seu trabalho. 

Contudo, é importante se atentar às regras e se guiar sempre pelo profissionalismo e caráter informativo desse tipo de conteúdo.

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DanielZaidan dos Santos

Daniel Zaidan dos Santos

Nascido em 1996 em São Paulo, médico pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) formado em 2019. Residência em Pediatria da USP-SP. Apaixonado por duas coisas que são base para um futuro melhor: educação e Pediatria. Transmitir conhecimento para alguém é o legado mais valioso que podemos deixar, e buscar fazer isso de forma prazerosa para o outro é ainda mais recompensador. Siga no Instagram: @danzaidan