A Cirurgia Bariátrica, também chamada de cirurgia de redução de estômago, tem se destacado como uma especialidade médica que combate a obesidade e suas complicações.
O crescimento dos casos de obesidade em todo o mundo mostra a necessidade dessa intervenção. Ela ajuda pacientes a perder peso e melhora sua qualidade de vida, diminuindo doenças ligadas à obesidade, como diabetes e hipertensão.
Neste artigo, vamos falar sobre o que é a Cirurgia Bariátrica, como funciona a residência médica nessa área e quais são as diferentes possibilidades de atuação para esses profissionais. Se você se interessa por essa especialidade, este texto é para você: continue lendo para entender melhor!
A Cirurgia Bariátrica é feita para tratar a obesidade mórbida. O procedimento reduz o tamanho do estômago. Isso limita a quantidade de comida que a pessoa pode ingerir, levando à perda de peso.
Além disso, essa cirurgia ajuda no controle de várias doenças relacionadas à obesidade, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial e apneia do sono. Existem diferentes tipos de procedimentos bariátricos. Os mais comuns são dois:
· bypass gástrico: modifica o sistema digestivo ao criar um desvio no intestino, reduzindo a absorção de nutrientes;
· gastrectomia vertical: remove parte do estômago, deixando-o com um formato tubular.
Esses dois procedimentos têm grandes impactos na saúde metabólica dos pacientes, resultando em perda de peso sustentável e melhora das comorbidades.
A residência médica em Cirurgia Bariátrica é uma especialização avançada: R+. A especialidade R+ de Cirurgia refere-se a um tipo de programa de residência médica que precisa de uma formação prévia em outra especialidade cirúrgica, ou seja, é uma especialidade com pré-requisito.
O “R+” significa que é uma especialização que vai além da formação inicial, aprofundando o conhecimento e as habilidades do profissional em uma área cirúrgica específica.
No contexto de que estamos tratando, para se especializar nessa área e Metabólica (R+), o médico precisa primeiro concluir a residência em Cirurgia Geral (que geralmente dura dois anos) ou Cirurgia do Aparelho Digestivo.
Somente após esse pré-requisito ele estará apto a ingressar no programa de residência, que dura dois anos e é regulamentado pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). Vamos dar uma olhada nos principais aspectos de cada ano dessa RM:
No primeiro ano, os médicos aprendem sobre a fisiopatologia da obesidade e das doenças metabólicas atreladas a ela.
Os residentes também desenvolvem habilidades para fazer uma avaliação clínica completa dos pacientes, consultando histórico médico e realizando exames físicos e diagnósticos das comorbidades. Outros conteúdos importantes do primeiro ano são:
· técnicas para avaliação pré-operatória, como exames laboratoriais e de imagem;
· compreensão das indicações e contraindicações da cirurgia bariátrica;
· trabalho em equipe multidisciplinar, promovendo o contato com nutricionistas, psicólogos e endocrinologistas para preparar os pacientes antes da operação.
Os residentes começam a realizar seus primeiros procedimentos cirúrgicos, como a gastrectomia vertical por videolaparoscopia, sempre supervisionados por cirurgiões mais experientes.
No segundo ano da residência, os médicos aperfeiçoam suas habilidades cirúrgicas. Eles realizam operações mais complexas, como o bypass gástrico por videolaparoscopia.
Nesse estágio, os residentes ganham mais autonomia nas decisões durante as operações e no tratamento das complicações precoces e tardias. Algumas metas principais desse segundo ano incluem:
· realizar cirurgias revisionais para pacientes que não tiveram sucesso na primeira intervenção ou que apresentaram complicações;
· tomar decisões em situações cirúrgicas emergenciais;
· desenvolver competências em pesquisa científica participando de congressos e publicando artigos na área.
Quando terminam a residência, os médicos estão prontos para atuar como cirurgiões bariátricos.
Eles podem liderar equipes, gerenciar pacientes em todas as fases do tratamento e contribuir para o avanço da Medicina por meio da pesquisa.
A especialização nessa área oferece várias oportunidades profissionais. Em adição à prática cirúrgica propriamente dita, os cirurgiões bariátricos têm papéis significativos em diversos contextos:
No ambulatório, o médico avalia candidatos à cirurgia de redução/alteração de estômago e faz o acompanhamento pós-operatório para garantir que os resultados permaneçam.
Muitos cirurgiões bariátricos trabalham em hospitais gerais ou clínicas focadas na obesidade e suas comorbidades. O atendimento nesses locais costuma ser multidisciplinar e integral.
Outra área é o campo acadêmico. Os profissionais ajudam na formação de novos cirurgiões orientando residentes e contribuindo para pesquisas científicas sobre obesidade e cirurgia metabólica.
Eles ajudam os futuros cirurgiões a desenvolver um pensamento crítico e uma abordagem multidisciplinar no cuidado ao paciente, reforçando a importância de uma visão sistêmica no tratamento da obesidade.
No campo da pesquisa, os médicos bariátricos, por meio da realização de estudos clínicos e experimentais, investigam novas técnicas cirúrgicas, avaliam os resultados a longo prazo das intervenções bariátricas e exploram o impacto da cirurgia no controle de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2.
A publicação de artigos científicos em revistas especializadas e a apresentação de estudos em congressos médicos internacionais contribuem para o aperfeiçoamento contínuo da prática clínica, além de fortalecer o prestígio do Brasil no cenário mundial de Cirurgia Bariátrica.
Vale destacar que muitos cirurgiões bariátricos acadêmicos colaboram com outras áreas da Medicina, como a endocrinologia, nutrição e psicologia, buscando soluções interdisciplinares para o tratamento da obesidade.
O tratamento de pacientes bariátricos exige uma equipe diversificada com vários profissionais da saúde. O cirurgião bariátrico pode liderar esse grupo integrando o trabalho de psicólogos, nutricionistas e outros especialistas.
Nesse campo sempre inovador, os cirurgiões bariátricos também promovem conhecimento sobre as cirurgias e suas implicações por meio de palestras, workshops ou cursos educativos.
Como ficou claro ao longo deste artigo, a Cirurgia Bariátrica não se resume apenas à perda de peso: ela transforma vidas! Isso vale tanto para os pacientes quanto para os profissionais dedicados a essa área.
Com uma especialização nesse ramo, o médico faz parte de uma rede de cuidados que, além de tratar a obesidade, melhora vários aspectos da saúde geral do paciente — são necessários cuidados metabólicos, psicológicos e focados na qualidade de vida.
Por meio de uma residência bem estruturada, o profissional aprende as habilidades necessárias para agir com excelência nesse ramo que envolve muitos desafios, mas também promete recompensas.
Na prática clínica — seja nos hospitais ou na pesquisa — se especializar em Cirurgia Bariátrica proporciona muitas chances para quem quer impactar positivamente a vida dos pacientes e para quem almeja contribuir com avanços na Medicina. Se isso te interessa, siga se preparando para os desafios da residência! Aproveite tudo que essa especialidade pode oferecer!
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Nascido em São Paulo, criado em Belém do Pará. Formado médico pela Universidade do Estado do Pará e Cirurgião Geral pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP). Atualmente, profissional da área médica na assistência e no ensino. Segue apaixonado por administração, economia e finanças. A gente só tem aquilo que a gente aceita ter! Siga no Instagram: @danielhaberfeijo