Colecistopatia calculosa: saiba o que é, como diagnosticar e tratar

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A colecistopatia calculosa, também conhecida como pedra na vesícula, é uma patologia que atinge cerca de 20% da população mundial. Bastante comum nos plantões do PS, ela merece atenção. 

No artigo de hoje, vamos te ajudar a entender mais sobre o assunto, trazendo os sintomas, os diagnósticos e os tratamentos da colecistopatia calculosa. Continue com a gente e veja mais a seguir! 

Como a colecistopatia calculosa surge

Segundo a definição da BVS do Ministério da Saúde, a vesícula biliar é um órgão em forma de saco, parecido com uma pera, localizado abaixo do lobo direito do fígado, cuja função é armazenar a bile. 

Esse líquido produzido pelo fígado atua na digestão de gorduras no intestino, sendo formado pela mistura de várias substâncias. Entre elas, destacamos o colesterol, responsável pela formação da maioria dos cálculos. Quando a bile se cristaliza, surgem pequenas pedras, condição conhecida como colelitíase

Os cálculos podem ser pigmentares (pretos ou marrons) ou de colesterol. Esses últimos representam 85% dos casos e geram um desequilíbrio na quantidade de colesterol e sais da bile

Os cálculos causam obstruções transitórias ou persistentes da vesícula, sendo assintomáticas ou caracterizadas pela cólica biliar. O quadro pode evoluir para a inflamação do órgão e até para a pancreatite aguda.   

Sintomas da colecistopatia calculosa 

Na maioria dos casos, a colecistopatia calculosa é assintomática. Entretanto, o paciente pode apresentar mal-estar e desconforto, incluindo dor abdominal, má digestão, vômitos e febre. Para um diagnóstico preciso, é necessário o exame clínico, seguido pela análise de imagens.

No caso da colecistolitíase (litíase na vesícula biliar), é comum a cólica recorrente no hipocôndrio direito, que pode se irradiar para o dorso. O quadro costuma piorar após a ingestão de alimentos gordurosos, sendo habitualmente acompanhado de náuseas, vômitos e distensão abdominal. 

Já na coledocolitíase (litíase das vias biliares extra-hepáticas), pode haver icterícia associada, causada por falha na drenagem da bile. Nesse caso, é comum o paciente apresentar dor no quadrante superior direito, náuseas e vômitos. 

Se houver a colangite aguda (inflamação das vias biliares), é possível que haja dor no hipocôndrio direito, febre e calafrios. A infecção ocorre devido à obstrução biliar e pode ser fatal, devendo ser tratada imediatamente. 

Causas da colecistopatia calculosa 

As causas dos cálculos na vesícula são diversas. No entanto, há alguns fatores que aumentam o risco do surgimento da doença. Entre eles, podemos destacar:  

  • sedentarismo;
  • hereditariedade;
  • obesidade;
  • diabetes;
  • hipertensão;
  • fumo;
  • dieta rica em gorduras;
  • elevação dos níveis de estrogênio;
  •  uso prolongado de anticoncepcionais;
  •  idade acima de 60 anos;
  •  sexo feminino;
  •  pré-disposição genética;
  • perda rápida de peso;
  •  gestação. 

Caso o paciente apresente um ou mais fatores de risco, mas não desenvolveu a doença, o clínico pode auxiliá-lo quanto à prevenção. Muitas vezes, a patologia pode ser evitada apenas com a alteração do estilo de vida da pessoa. 

Manter a prática regular de exercícios físicos, uma dieta pouco gordurosa e rica em fibras, além da ingestão constante de água pode prevenir o surgimento de pedras na vesícula. 

Como o diagnóstico da colecistopatia calculosa é feito

Após a análise clínica, a colecistopatia calculosa deve ser confirmada por meio de exames de imagem. O método mais utilizado é a ultrassonografia de abdome. No entanto, a tomografia computadorizada e a endoscopia digestiva também podem auxiliar no diagnóstico.

Radiografia de abdome com cálculos visíveis na topografia da vesícula. (Colecistopatia calculosa)
Radiografia de abdome com cálculos visíveis na topografia da vesícula. Fonte: radiopaedia.com

As ultrassonografias apresentam maior acurácia, uma vez que permitem observar não apenas os cálculos, mas também a vesícula de uma forma geral. Com isso, também é possível identificar os sinais de inflamação do órgão

A ressonância magnética pode ser solicitada, uma vez que auxilia na avaliação da vesícula e das vias biliares de forma geral, o que inclui as neoplasias. O exame tem como pontos negativos o fato de ser caro, demorado e pouco acessível. No entanto, pode ser utilizado em casos mais complexos. 

Tomografia computadorizada de abdome mostrando cálculos biliares calcificados na vesícula biliar. (Colecistopatia calculosa)
Tomografia computadorizada de abdome mostrando cálculos biliares calcificados na vesícula biliar. Fonte: radiopaedia.com
Outra tomografia computadorizada com cálculos.
Outra tomografia computadorizada com cálculos. Fonte: radiopaedia.com
Corte axial de ressonância magnética ponderado em T2, mostrando a vesícula biliar com cálculos depositados no interior.
Corte axial de ressonância magnética ponderado em T2, mostrando a vesícula biliar com cálculos depositados no interior. Fonte: radiopaedia.com

Tratamentos para a colecistopatia calculosa

Geralmente, os cálculos assintomáticos não necessitam de tratamento. Mesmo assim, um acompanhamento médico deve ser feito para evitar complicações. Quando a doença é sintomática, deve ser feita a colecistectomia (resseção da vesícula biliar), por meio de cirurgia. 

Os métodos utilizados são a colecistectomia aberta ou a videolaparoscópica. Cirurgias abertas são pouco recomendadas atualmente, sendo substituídas pelas laparoscopias. Nessas últimas, o paciente é submetido à anestesia geral. O procedimento dura cerca de 30 minutos. 

As complicações mais comuns são a colecistite e a pancreatite aguda. Elas ocorrem quando os cálculos migram e ficam impactados na saída de vesícula biliar ou passam pela via biliar. Em ambos casos, o procedimento cirúrgico deve ser feito imediatamente após o diagnóstico.

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Eduardo Soares