A Demografia Médica no Brasil 2020 é uma pesquisa colaborativa entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade Federal de São Paulo (USP). Seu principal objetivo é analisar os dados da última década para entender como anda a população médica em nosso país, assim como o exercício da profissão e suas demandas.
Analisar esse documento é super importante para você que quer seguir essa carreira. Afinal, entender o mercado de trabalho e suas perspectivas ajudarão em muitas das escolhas que você terá que fazer para o seu futuro. A pesquisa, porém, é longa e toma certo tempo para ler em detalhes. Está com a rotina de estudos corrida?
Para facilitar a sua vida, a gente traz, neste artigo, os 7 principais insights sobre Demografia Médica no Brasil 2020 que ela constata. Acompanhe e aprenda tudo sobre o assunto!
O primeiro insight da pesquisa é a respeito da quantidade de médicos por habitantes no Brasil. Hoje, são 500 mil médicos no total, uma marca considerada histórica. Sendo, então, 2,28 médicos para cada 1.000 habitantes de nosso país.
Nos últimos 100 anos, o número de médicos no Brasil aumentou proporcionalmente nada menos do que cinco vezes em relação ao número de habitantes. Somente de 1970 a 2020, ele cresceu 11,7 vezes, ou seja, 1.170,4%,
Vale mencionar também que, em novembro de 2020, o número de médicos registrados nos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) também aumentou, como reflexo da quantidade de médicos formados. São 547.344 registros no total.
Embora os homens ainda sejam maioria na atividade médica em nosso país, as mulheres caminham para conquistar de vez seu espaço. De acordo com esse recente estudo, em 2020 os homens representavam 53,4% da população médica, enquanto as mulheres, 46,6%. Há trinta anos, essa realidade nem era considerada: as mulheres eram apenas 30,8% do total.
Outro fator interessante que a pesquisa Demografia Médica no Brasil 2020 apresenta é o quanto a Medicina está jovem. Hoje, a média de idade de médicos em atividade no Brasil é de 45 anos, sendo 48 anos para homens e 45 anos para mulheres.
Juntando essas duas informações, é possível perceber que em grupos mais jovens, as mulheres já são maioria atualmente. Elas representam cerca de 58,5% do total de médicos de até 29 anos. Enquanto no grupo com idade entre 35 e 39 anos, o equilíbrio pode ser percebido, com 49,7% de mulheres.
Isso significa que, na área médica, as mulheres estão tendo mais oportunidades e conquistando mais vagas nas escolas. Mas ainda há parte do caminho a percorrer, pois é preciso lutar ainda para igualar salários, por exemplo.
Infelizmente, a distribuição de médicos no território brasileiro é ainda bastante desigual. As regiões Norte e Nordeste são as que demonstram os piores indicadores, porque todos os seus 16 estados contam com média muito abaixo da nacional.
Em contrapartida, sete dos 27 estados do Brasil têm concentrações muito maiores de médicos, que ultrapassam a média de 2,50 profissionais por habitante. Exemplo disso são o Sudeste e o Centro-Oeste, com 3,15 e 2,74 médicos por habitante, respectivamente.
É interessante levar esses fatores em consideração não apenas na hora de escolher onde fazer a sua residência, mas também no momento de decidir onde se fixar para trabalhar e construir carreira.
A busca por especialização na área médica também tem números expressivos. Em janeiro de 2020, 61,3% do total de médicos no Brasil contavam com um ou mais títulos de especialista. Hoje, são 293.064 médicos especialistas e 184.946 generalistas em nosso país.
A tendência é que esse número continue a crescer. No entanto, sem muita agressividade. Mesmo que as vagas e ofertas em instituições de ensino aumentem, voltadas para especialização, a oferta de médicos no geral continua muito maior.
Essa desproporção mostra um sinal para que você comece a pensar na residência médica, inclusive para ter uma renda maior em sua profissão.
A pesquisa Demografia Médica no Brasil 2020 também fala sobre o aumento de cursos e vagas de graduação em Medicina no Brasil. Em outubro de 2020, 357 faculdades médicas ofereciam 37.823 vagas em cursos de graduação.
Em dez anos, mais de vinte mil novas vagas se somaram, registrando um crescimento de 124,7% no setor da educação médica. Esse fenômeno se fortaleceu em 2013, devido às novas vagas liberadas pelo Ministério da Educação (MEC).
Ele autorizou novas regulamentações para as vagas, divididas entre “vagas novas” e “vagas adicionais”, que criaram mais espaço para novos alunos ou reativaram vagas, nesta ordem. No entanto, algumas escolas também tiveram suas vagas reduzidas, para se encaixarem nas novas regras.
Nos últimos anos, o Brasil ampliou o número de médicos especialistas. Mas, a quantidade de vagas disponibilizadas na residência médica ainda é insuficiente perto da demanda.
Porém, pelo menos um quarto das vagas de residência não são preenchidas. Com isso, o Brasil deixou de formar, nos últimos cinco anos, pelo menos 36 mil médicos especialistas. Essa queda no número de ocupação de vagas se deve a desistências, afastamentos ou licenças.
Daí a importância de se planejar bem para a residência que você deseja fazer. Não fazer parte dessas estatísticas faz toda a diferença para o mercado de trabalho.
Por fim, a pesquisa ainda detectou que pelo menos 47.344 médicos são registrados em mais de um CRM, em mais de um estado do país. Mas calma! Isso é totalmente permitido e previsto em lei.
Esse duplo registro se refere àqueles médicos que precisam trabalhar em cidades de diferentes estados. Ou então, que se deslocam temporariamente para atuar em outra região.
E então, deu para entender os principais insights da Demografia Médica no Brasil 2020? O mercado muda a todo momento, então, continue a acompanhar as futuras atualizações, para saber como se adaptar a novas necessidades e como enxergar suas experiências, seja na residência médica ou ao longo de toda a carreira!
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Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando