Sabia que uma médica brasileira foi a primeira mulher no mundo a ganhar medalha renomada na área de cirurgia? Esse é um marco muito importante para a Medicina brasileira, mas também tem grande representatividade para a atuação feminina na especialidade, na qual normalmente os homens predominam.
O feito foi da professora doutora Angelita Habr-Gama, cientista na pesquisa do tratamento do câncer colorretal e professora emérita da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
A premiação recebida é bastante significativa e tem reconhecimento mundial. Então, se você quer seguir o mesmo caminho e ainda saber mais sobre quem é essa figura renomada no campo médico, agora é a hora! Vamos lá?
Um exemplo admirável da atuação feminina na área de cirurgia, a professora Dra. Angelita Habr-Gama alcançou um marco significativo ao se tornar a primeira mulher a receber a medalha Bigelow da Sociedade de Cirurgia de Boston. Esta medalha, que existe há mais de um século, é concedida a cirurgiões que contribuíram de forma excepcional para o avanço científico e o ensino da cirurgia.
A Dra. Angelita é a primeira mulher a receber essa honraria, e ela também é a primeira profissional da América Latina a conquistar esse reconhecimento prestigioso.
O protocolo por ela desenvolvido, conhecido como “Watch and Wait” (Observar e Esperar), consiste em monitorar o progresso do paciente após a radioquimioterapia para determinar a necessidade de intervenção cirúrgica. Esse método ganhou reconhecimento internacional e é considerado uma abordagem terapêutica que preserva a qualidade de vida do paciente.
Além disso, a Profa. Dra. Angelita foi a primeira mulher a fazer residência médica em cirurgia na USP-SP. A presença de mulheres em especialidades cirúrgicas, historicamente dominadas por homens, tem crescido, refletindo avanços nas oportunidades de formação e igualdade de gênero na área da saúde.
A USP-SP, como uma instituição de renome, tem acompanhado essa evolução, e muitas mulheres têm se destacado como cirurgiãs e pesquisadoras. E, sem dúvidas, Angelita é um grande exemplo a ser seguido nesse contexto.
A Medalha Bigelow é uma prestigiosa honraria concedida pela Sociedade de Cirurgia de Boston. Esta medalha tem uma tradição que remonta a mais de um século e é destinada a reconhecer cirurgiões que fizeram contribuições excepcionais para o progresso científico e o ensino da cirurgia. Ela é nomeada em homenagem ao cirurgião Henry Jacob Bigelow, uma figura importante na história da cirurgia nos Estados Unidos.
A Sociedade de Cirurgia de Boston, fundada em 1806, tem como objetivo promover a educação médica, a troca de conhecimento e o avanço da prática cirúrgica. A medalha Bigelow é uma das mais altas honrarias concedidas por esta sociedade e é reservada para profissionais que se destacam em suas contribuições para a ciência e a prática cirúrgica.
A área de cirurgia na Medicina desempenha um papel crucial no tratamento de uma variedade de condições médicas, e oferece soluções cada vez mais eficazes por meio de intervenções cirúrgicas. Essa especialidade abrange diversas subáreas, permitindo que cirurgiões atuem em diferentes sistemas do corpo humano.
A cirurgia abrange várias subespecialidades, como cirurgia geral, cirurgia cardíaca, cirurgia plástica, ortopedia, neurocirurgia, entre outras. Cada subespecialidade lida com procedimentos específicos relacionados a órgãos ou sistemas particulares do corpo.
É importante mencionar que a especialidade e suas subáreas têm experimentado avanços significativos devido ao desenvolvimento tecnológico. A introdução de técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia e a robótica cirúrgica, permite procedimentos menos invasivos, menor tempo de recuperação e cicatrizes reduzidas.
Nas últimas décadas, houve um aumento significativo no número de mulheres optando por carreiras cirúrgicas. Essa mudança reflete uma crescente diversidade na área, trazendo diferentes perspectivas e habilidades para o campo da cirurgia.
As mulheres na cirurgia têm superado desafios históricos e estereótipos de gênero. Questões como equidade salarial, preconceitos e a falta de representação foram enfrentadas por muitas profissionais, mas, ao longo do tempo, têm sido cada vez mais questionadas e combatidas.
As mulheres cirurgiãs também têm desempenhado papéis importantes em posições de liderança e mentoria, inspirando as gerações mais jovens. Essas líderes contribuem para a construção de uma cultura mais inclusiva e apoiam o desenvolvimento de futuras profissionais na área.
Sem dizer que a presença feminina na cirurgia também se reflete em contribuições significativas para pesquisas e avanços tecnológicos. As cirurgiãs estão envolvidas em estudos clínicos, publicações científicas e na adoção de novas tecnologias cirúrgicas.
As mulheres na Medicina, não só na área de cirurgia, têm conquistado avanços notáveis ao longo do tempo, desafiando estereótipos de gênero e contribuindo significativamente para a profissão. No cenário atual, há uma crescente representação feminina em todas as áreas da medicina, incluindo especialidades historicamente dominadas por homens.
As mulheres médicas demonstram excelência em pesquisa, prática clínica e liderança acadêmica. Além disso, desempenham papéis essenciais em diversas especialidades, como cirurgia, cardiologia, ginecologia e muitas outras. A participação ativa e a perspectiva única das mulheres na medicina enriquecem a profissão e promovem um ambiente mais diversificado e inclusivo.
Entre as especialidades com mais médicas estão a Dermatologia, com 77,9% de mulheres atuantes. Em seguida, temos a Pediatria, com 75,6%, a Alergia e Imunologia, com 72,1% e a Endocrinologia e Metabologia, com a mesma porcentagem. Os dados são da última Demografia Médica.
Para o futuro das médicas no Brasil, espera-se uma contínua ascensão em sua representação e influência na medicina. Espera-se que mais mulheres ocupem posições de destaque em diversas especialidades, contribuindo para a pesquisa, prática clínica e a liderança médica.
No entanto, desafios persistem, incluindo disparidades salariais e obstáculos relacionados ao equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. A promoção da igualdade de oportunidades e o reconhecimento contínuo das contribuições das mulheres são aspectos fundamentais para a evolução positiva e sustentável da Medicina.
Gostou de saber mais sobre a área de cirurgia e o papel das mulheres nessa especialidade? Agora, se você é mulher, pode se espelhar nessas conquistas de sucesso e começar a se preparar para também conquistar um lugar de destaque na Medicina.
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Professora da Medway. Médica pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Cirurgiã Geral pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Cirurgiã de Cabeça e Pescoço pela Santa Casa de Limeira-SP (ISCML). Siga no Instagram: @laradamedway