Requisitos mínimos da especialidade de Nutrologia no programa de residência médica

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Você acabou a residência médica de Clínica Médica ou Cirurgia Geral e busca um R3 para seguir carreira? A especialidade de Nutrologia é uma opção que abrange essas duas grandes áreas, além que ela anda lado a lado com várias outras especialidades médicas.

Para escolher a especialidade, você precisa entender como será sua atuação, principalmente no seu período como residente. Dessa forma, você também saberá a rotina de um médico nutrólogo e saberá se quer viver disso antes mesmo de começar. E aí? Vamos ver os requisitos mínimos da residência em Nutrologia?

Afinal, quais são os requisitos mínimos da especialidade de Nutrologia na residência médica?

Para a atuação do residente nutrólogo, o médico precisa ter a estrutura necessária para absorver os princípios da área. Como essa especialidade é de pré-requisito em Clínica Médica e Cirurgia Geral, é esperado que o residente já tenha um conhecimento da profissão.

Toda instituição precisa oferecer o necessário para formação do residente e, em contrapartida, é requisitado que ele compareça em cada setor de atuação para ser preparado da melhor maneira possível. Vamos conhecer esses requisitos mínimos de Nutrologia

Unidade de internação

A Nutrologia é a especialidade que diagnostica, indica tratamentos e prevê doenças relacionadas à alimentação. Assim, sua atuação é diretamente ligada a outras especialidades. 

A unidade de internação que o nutrólogo atua é a enfermaria, onde ele vai poder ajudar o paciente a entender o que está ocorrendo no metabolismo e no corpo. O profissional prioriza a longevidade e a qualidade de vida do paciente. Por isso, essa atuação na enfermaria é de extrema importância.

Isso fica claro quando a Lei do Residente coloca essa unidade em 40% da carga horária anual no primeiro ano de R+. Sendo esperado que o médico residente já tenha adquirido a experiência necessária, a lei exige 20% da carga horária anual para o ano seguinte, com objetivo de oferecer um foco diferente.

Ambulatório

Em ambos os anos de residência médica em Nutrologia, é exigido 20% da carga horária anual no ambulatório. O residente vai lidar com casos de média ou baixa complexidade e vai ter a oportunidade de estudar um caso para chegar no diagnóstico.

Ele poderá atuar tanto em ambulatórios gerais quanto em ambulatórios de especialidades, como Geriatria, Endocrinologia, Obesidade, Oncologia e entre outros. Qualquer área onde houver patologia associada a alterações do metabolismo e ingestão de nutrientes, o nutrologista será chamado.

Terapia intensiva e emergência: R1

No primeiro ano da residência médica em Nutrologia, a unidade de terapia intensiva (UTI) e a emergência terão 5% da carga horária anual para cada um. Ambas áreas vão ajudar o residente a diagnosticar, monitorar e tratar o paciente. Depois de uma cirurgia ou emergência, o cuidado com o que o paciente deve ingerir é maior.

O doutor Cláudio Zollinger, vice-coordenador da Unidade de Gastro-Hepatologia (UGH), reforça que a desnutrição é um problema epidemiológico que tem que ser tratado de forma agressiva, pois tem um impacto significante no tempo de internamento e na mortalidade de pacientes admitidos em UTI. “A desnutrição gera imunodeficiência, o que favorece as infecções”, explica.

Atividades teóricas e estágios

O residente nutrólogo utilizará, no mínimo, 5% da sua carga horária anual com atividades teóricas. Reuniões clínicas e discussão de casos são umas tarefas exercidas, sempre preste muito atenção da forma de seus superiores atuarem e investigarem as patologias, além da formulação de tratamento ao paciente.

Entretanto, no primeiro ano da residência em Nutrologia, o médico residente deverá realizar cursos obrigatórios para somar na sua formação e também estão inclusos nos 5% da sua carga horária anual. E eles são:

  • avaliação nutricional; 
  • distúrbios de conduta alimentar; 
  • nutrição integral; 
  • nutrição parenteral.

O segundo ano não tem cursos obrigatórios, mas, em troca, o residente realizará os estágios. O treinamento no centro cirúrgico, unidade de preparo de nutrição parenteral e a unidade de preparo de nutrição enteral são obrigatórios para R2. É nesse momento que as informações dos cursos se provarão úteis.

O treinamento no centro cirúrgico deve abranger a cateterização venosa profunda e acompanhamento de cirurgia de obesidade, e cada uma das unidades de preparo devem ter 40 horas direcionadas para essa área.

Já os estágios opcionais são (lembrando que as instituições podem acrescentar novos estágios se desejarem): 

  • laboratório de lípides, proteínas e vitaminas;
  • laboratório de nutrição; 
  • ambulatório de aminoacidopatias; 
  • ambulatório de enterectomizados.

Procedimentos por ano e equipamentos necessários

Para a Lei do Residente, é necessário as seguintes quantidades mínimas de cada procedimento para se formar um nutrólogo:

  • 100 avaliações de estado nutricional; 
  • 100 prescrições de nutrição enteral; 
  • 100 prescrições de nutrição parenteral; 
  • 30 bioimpedâncias; 
  • 20 cateterizações de veia profunda;
  • acompanhamento clínico de 40 pacientes pós-cirurgia de obesidade. 

Para conseguir ter uma formação digna e completa, a instituição precisa disponibilizar os equipamentos necessários para isso, como balanças e estadiômetros, caliper skinfolder, bioimpedanciômetro, bombas de infusão de nutrição parenteral e de nutrição enteral. 

Agora você sabe quais são os requisitos mínimos da especialidade de Nutrologia na residência médica!

Ficamos por aqui, pessoal! Espero que você saia desse texto com mais certeza sobre o que quer para a sua carreira médica. A especialidade de Nutrologia vem crescendo e ganhando seu devido valor. 

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JoãoVitor

João Vitor

Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando