Residência em Reumatologia: saiba tudo sobre essa especialidade médica

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Se a sua meta é atuar sempre em benefício da qualidade de vida dos pacientes, a Reumatologia pode ser a área da medicina ideal para você, pois proporciona um acompanhamento próximo e constante da evolução de cada quadro. 

Além de ser gratificante, essa especialidade médica oferece excelentes oportunidades no mercado de trabalho, que sofre um déficit de profissionais especializados em diversas regiões do Brasil. Saiba mais sobre o que é Reumatologia e como ingressar na área!

Afinal, o que um reumatologista faz?

O reumatologista é o médico especializado em doenças do sistema musculoesquelético e do tecido conjuntivo, do qual estruturas como tendões, articulações e ligamentos fazem parte.

Como esse profissional também trata de ossos e músculos, é muito comum o público confundir as funções dele com as de um ortopedista. Porém, enquanto a Reumatologia foca na parte clínica e nos problemas inflamatórios ou degenerativos, a Ortopedia envolve cirurgias e tratamentos de fraturas e correções.

Muitas das doenças reumatológicas englobam dores crônicas ou afetam os movimentos do corpo. Portanto, mais que diagnosticar as doenças e receitar um tratamento, o médico reumatologista acompanha a evolução do paciente de forma constante para promover a reabilitação.

Além dessa proximidade com o paciente, a Reumatologia exige certa disposição para o trabalho em equipe. Como há uma grande diversidade de patologias que, em alguns casos, acomete órgãos internos, além do sistema musculoesquelético, é necessário fazer parcerias com outros especialistas.

Doenças estudadas pela Reumatologia

Na verdade, o que chamamos popularmente de reumatismo é um conjunto de mais de 100 doenças, com várias peculiaridades. Muitas delas são bem comuns, tanto que, de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 15 milhões de brasileiros sofrem de alguma dessas patologias.

As doenças reumatológicas, ou reumáticas, podem afetar diferentes órgãos em variadas intensidades, mas um sintoma faz parte da maioria delas: dor nas articulações. Já as causas podem ser inflamatórias, metabólicas, autoimunes ou degenerativas.

Entre as doenças mais conhecidas estudadas pela Reumatologia, estão artrite reumatoide, artrose, fibromialgia, bursite, osteoporose, gota, lúpus e lombalgia, isto é, dor na lombar, que, segundo a Organização Mundial da Saúde, pode atingir cerca de 80% da população, e também pode ter causas reumatológicas.

Com diversas causas e grande abrangência, as patologias reumáticas podem atingir pessoas de qualquer faixa etária, gênero ou constituição física. Para o especialista em Reumatologia, não falta demanda de trabalho, mas é imprescindível ter uma formação completa e investir em atualizações constantes.

Mercado de trabalho para reumatologistas

A maior demanda para o profissional de Reumatologia está na prática clínica. Por haver muitas doenças crônicas, sem cura, o acompanhamento é fundamental para garantir melhor mobilidade e qualidade de vida, o que ocasiona relações duráveis de trabalho entre os médicos e os pacientes.

O setor público, em ambulatórios, nas regiões que concentram menor número de profissionais, é um ótimo caminho para ingressar no mercado. De acordo com o último estudo Demografia Médica no Brasil, de 2025, há somente 3.255 reumatologistas registrados no país, e a maioria atua no Sudeste.

O médico reumatologista também pode encontrar vagas na área de pesquisa. Com os avanços científicos, há chances de atuação na indústria farmacêutica, para criação de novos medicamentos, ou nos laboratórios, para estudos genéticos e de anticorpos.

Outra opção é focar em procedimentos pontuais ligados à reumatologia, como realização de exames invasivos e ultrassonografias ou aplicação intravenosa de imunobiológicos, realizada em centros de infusão, que requer o acompanhamento de um especialista.

Quanto um reumatologista ganha?

A remuneração do reumatologista pode variar de acordo com diversos fatores, como experiência e local de atuação. Porém, de acordo com pesquisa do Salário.com.br, o salário médio no país é de R$ 7.857,63 para uma jornada de 18 horas semanais.  

O número foi apurado por meio de dados oficiais do Novo CAGED, além de contratações e desligamentos. Ainda segundo a página, a faixa salarial do especialista fica em torno de R$ 7.643,03 a R$ 13.812,70 sem levar em conta adicionais ou bônus.

Residência Médica em Reumatologia

A residência médica em Reumatologia tem duração de 2 anos, com uma carga de 60 horas semanais. Para ingressar no programa é necessário, primeiro, concluir a residência médica em Clínica Médica, que também dura 2 anos.

Dessas 60 horas, 30 devem ser dedicadas a trabalhos ambulatoriais, enquanto as outras 30 podem ser cumpridas em unidades de internação, laboratórios, medicina física, reabilitação, estágio complementar em Ortopedia e outras atividades.

Com o fim do período de residência, os médicos podem se inscrever para a prova da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), que concede o título de Especialista em Reumatologia (TER) aos aprovados. Os especialistas também podem se associar à entidade e contar com diversos benefícios oferecidos.

Competências por ano da residência em reumatologia

Ao longo da residência em reumatologia, o desenvolvimento das competências clínicas, éticas e técnicas é estruturado de forma progressiva. De acordo com a Matriz Curricular do programa, o primeiro ano (R1) é dedicado à construção dos fundamentos essenciais da especialidade. Já no segundo ano (R2), o foco se volta para o aprofundamento técnico, a tomada de decisões complexas e o manejo integral do paciente reumatológico.

R1

No R1, o residente consolida o domínio das bases anatômicas, bioquímicas, fisiológicas e imunológicas do sistema músculo-esquelético e das doenças autoimunes sistêmicas. Aprende a realizar anamnese detalhada, exame físico focado no aparelho locomotor e interpretação de exames laboratoriais e de imagem — como radiografias, ressonância magnética e medicina nuclear.

Também é treinado em procedimentos fundamentais, como artrocentese, infiltrações e análise do líquido sinovial. Ao longo do ano, o residente participa ativamente do atendimento ambulatorial, de internações e da elaboração de hipóteses diagnósticas e planos terapêuticos, além de desenvolver habilidades em ética médica, prescrição segura e produção de prontuários clínicos bem estruturados.

R2

Já no R2, o residente aprofunda o manejo das principais doenças reumáticas — incluindo lúpus, artrite reumatoide, espondiloartrites, esclerose sistêmica, vasculites, miopatias inflamatórias e fibromialgia —, além de atuar em áreas como reumatologia pediátrica, reabilitação e medicina paliativa.

Ganha proficiência na interpretação de exames como capilaroscopia, densitometria óssea e eletroneuromiografia, e no uso de terapias avançadas, como os imunobiológicos. Também desenvolve habilidades de comunicação com pacientes e familiares, lidera discussões clínicas e participa de atividades científicas, como produção e apresentação de trabalhos. Tudo isso com atenção constante aos aspectos legais, éticos e socioeconômicos envolvidos no cuidado reumatológico.

Instituições para fazer residência em Reumatologia

USP

A residência em Reumatologia da USP exige pré-requisito em Clínica Médica e é sediada no Instituto Central do Complexo do Hospital das Clínicas da FMUSP. Possui enfermaria com 16 leitos, além de um Hospital Dia com 10 poltronas para infusões não biológicas.

O serviço dispõe de 32 ambulatórios especializados, atendendo mais de 2 mil pacientes por mês. Toda a infraestrutura foi recentemente modernizada, incluindo salas para ultrassom, medicina do exercício e esportiva aplicada a doenças reumatológicas, capilaroscopia, centros de infusão e laboratórios de pesquisa.

Além disso, o programa conta com laboratórios dedicados à ciência do sistema musculoesquelético. Graças a essa sólida estrutura, a residência em Reumatologia da USP é reconhecida como uma referência nacional e internacional.

Unicamp

A Unicamp é outra escolha bastante disputada para quem busca residência em Reumatologia: no último edital foram 33 inscritos concorrendo a apenas 4 vagas, indicando uma seleção bem intensa.

O programa oferece ensino de excelência, com docentes renomados e um complexo hospitalar completo. Há forte incentivo à pesquisa científica, com suporte institucional à realização de trabalhos acadêmicos.

Unifesp

Na Unifesp, também é alta a concorrência: são apenas sete vagas por ano em Reumatologia, e o número de candidatos costuma igualar o de vagas, refletindo a grande reputação do programa.

Os residentes participam de ambulatório, enfermaria, plantões, aulas e discussões de casos, totalizando mais de 8 mil horas de atividades durante a formação.

HUPES

O Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), vinculado à UFBA e administrado pela Ebserh, é uma unidade de referência em média e alta complexidade. Na área de Reumatologia, atende pacientes com doenças como lúpus, oferecendo tanto assistência clínica quanto exames e procedimentos cirúrgicos.

UFJF

O programa de Reumatologia do Hospital Universitário da UFJF (HU-UFJF) é acessível via pré-requisito em Clínica Médica, oferecendo 2 vagas por ano com duração de dois anos. A seleção é feita por meio do exame unificado ENARE.

UERJ

Na UERJ, o programa de Reumatologia também exige pré-requisito em Clínica Médica e tem duração de dois anos. Foram oferecidas 5 vagas no último edital. A seleção ocorre por meio de prova única (objetiva, e para pré-requisito há também discursivas). A residência é realizada no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE).

Conte com a gente para ingressar na residência médica

A Reumatologia é uma área gratificante e que oferece muitas oportunidades no mercado. Todo esforço para ingressar na especialidade vale a pena. Então, nada como uma forcinha, não é mesmo?

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Ana Karoline Bittencourt Alves

Ana Karoline Bittencourt Alves

Professora da Medway. Formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com Residência em Clínica Médica (2019-2021) e Medicina Intensiva (2022-2025) pela Universidade de São Paulo (USP - SP). Siga no Instagram: @anakabittencourt