A recente atualização da lista de especialidades médicas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) traz uma onda de mudanças relevantes que prometem transformar a prática médica no Brasil.
Publicada em 24 de junho de 2024, a nova resolução substitui o antigo documento de 2023, refletindo os avanços e a evolução contínua por que passa a Medicina. A atualização, fruto de uma sessão plenária realizada em 18 de junho de 2024, destaca-se não apenas pela inclusão de novas áreas de atuação, mas também pela revisão criteriosa dos pré-requisitos para ingresso em diferentes especialidades.
Quer saber mais a respeito? Continue atento ao nosso post e fique por dentro das inovações implementadas pelo CFM!
Entre as mudanças mais notáveis está a inclusão da Oncogenética como nova área de atuação entre as especialidades. É um campo que se dedica ao estudo das bases genéticas do câncer.
Essa área identifica mutações hereditárias que aumentam o risco de neoplasias malignas, permitindo o desenvolvimento de estratégias preventivas e de vigilância personalizadas. Alguns dos tópicos mais relevantes tratados pela Oncogenética incluem:
O avanço da Oncogenética tem sido fundamental para compreender os mecanismos moleculares envolvidos no câncer, favorecendo o desenvolvimento de enfoques mais precisos para a prevenção, o diagnóstico e o tratamento da doença.
A Oncogenética exige alguns pré-requisitos, ou seja, quem deseja ingressar na área precisará fazer programa de residência médica ou ter título de especialista em uma dessas áreas:
Algumas especialidades, já existentes, apresentam agora novos pré-requisitos. Vejamos quais são as novas exigências:
A Medicina Aeroespacial é um campo que atua com a saúde e o bem-estar das pessoas que trabalham em ambientes de elevada altitude, como aviação e exploração espacial.
Essa área da Medicina, que dura dois anos, se concentra em entender os efeitos fisiológicos e psicológicos das condições únicas encontradas nesses ambientes, como baixa pressão, radiação e microgravidade.
Os profissionais da Medicina Aeroespacial desenvolvem protocolos e tecnologias para monitorar, prevenir e tratar problemas de saúde relacionados a esses desafios.
Os pré-requisitos já existentes para a Medicina Aeroespacial são: Clínica Médica, Medicina de Emergência, Medicina Intensiva, Pediatria, Cirurgia Geral e Anestesiologia. A partir da resolução, novos pré-requisitos apareceram:
A Medicina do Sono é uma especialidade médica que se dedica ao estudo, diagnóstico e tratamento de distúrbios do sono:
Os distúrbios do sono incluem uma variedade de condições que afetam a qualidade, duração e regularidade do sono de uma pessoa. Aqui estão alguns dos distúrbios do sono mais comuns:
· insônia: dificuldade em adormecer ou em permanecer adormecido;
· apneia do sono: distúrbio no qual a respiração para e começa repetidamente durante o sono. Existem dois tipos principais: apneia obstrutiva do sono (quando os músculos da garganta relaxam) e apneia central do sono (quando o cérebro não envia os sinais adequados para os músculos que controlam a respiração);
· síndrome das pernas inquietas (SPI): necessidade irresistível de mover as pernas, geralmente acompanhada por sensações desconfortáveis nos membros inferiores;
· narcolepsia: sonolência diurna excessiva e ataques súbitos de sono, podendo incluir cataplexia (perda súbita de força muscular), alucinações e paralisia do sono;
· distúrbios do ritmo circadiano do sono: inclui atrasos no ciclo sono-vigília, levando a dificuldades em adormecer e acordar em horários socialmente aceitáveis. Exemplos incluem o distúrbio de fase do sono atrasada e o distúrbio de fase do sono avançada;
· parassonias: comportamentos anormais durante o sono, como sonambulismo, terrores noturnos e distúrbio comportamental do sono REM (onde as pessoas atuam fisicamente durante os sonhos):
· sonambulismo: caracterizado por caminhar ou realizar outras atividades enquanto não se está totalmente acordado;
· terrores noturnos: episódios de gritos, medo intenso e agitação enquanto ainda dorme;
· distúrbio comportamental do sono REM: comportamento físico durante essa fase do sono, muitas vezes incluindo movimentos bruscos e fala.
· hipersonia idiopática: sonolência diurna excessiva sem uma causa óbvia identificável;
· síndrome da apneia central do sono (SACS): menor frequência respiratória durante o sono que resulta em baixos níveis de oxigênio e aumento dos níveis de dióxido de carbono no sangue.
Essa especialidade é de grande destaque, pois distúrbios do sono podem prejudicar a saúde física e mental, impactando negativamente a qualidade de vida dos pacientes. E, na sociedade moderna, esses problemas tornaram-se muito comuns.
Com base nas atualizações feitas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) na lista de especialidades médicas, os pré-requisitos existentes para a Medicina do Sono envolvem formação médica básica com especialização ou residência em um dos ramos da Medicina que fazem interseção com distúrbios do sono: Neurologia, Pneumologia, Psiquiatria, Otorrinolaringologia, Clínica Médica ou Pediatria.
A novidade é que médicos que sejam especializados em Cardiologia também podem, de agora em diante, fazer especialização em Medicina do Sono.
Além disso, pode ser necessário o cumprimento de um programa de treinamento certificado em Medicina do Sono, que forneça uma formação teórica e prática abrangente sobre os diferentes aspectos dos distúrbios do sono e suas intervenções.
A recertificação e a prática contínua de educação médica continuada podem ser requisitos adicionais para manter a especialização atualizada e garantir atendimento de alta qualidade aos pacientes.
A Toxicologia Médica é uma especialidade voltada para o estudo dos efeitos adversos das substâncias químicas sobre os organismos vivos, principalmente os seres humanos.
É uma área que abrange a identificação, o diagnóstico, o tratamento e a prevenção da toxicidade provocada por agentes químicos:
· medicamentos: a Toxicologia em Medicamentos atua na pesquisa e busca de novas drogas e fármacos usados no tratamento e prevenção de doenças, assim como suas consequências para o organismo;
· drogas de abuso: o uso de drogas para finalidades recreacionais ou de melhora do desempenho é relativamente comum. nos EUA, o National Institute on Drug Abuse informa que cerca de 30% da população com mais de 16 a 18 anos de idade já usou alguma droga ilícita;
· agrotóxicos e pesticidas: muitos produtos químicos tóxicos inalados também atuam como irritantes respiratórios, alertando-nos de seu perigo com seu odor nocivo e sintomas de irritação do nariz e garganta, além de tosse;
· contaminantes ambientais: a Toxicologia compreende diversas áreas, incluindo Química, Biologia, Farmacologia, Medicina. O seu objetivo principal é evitar que efeitos nocivos das substâncias que utilizamos possam afetar a nossa saúde ou o nosso ecossistema;
· aditivos alimentares: Toxicologia Alimentar abrange vários aspectos da segurança alimentar e tem grande importância para indústria, agências governamentais e consumidores. Estuda os mais variados efeitos adversos produzidos por agentes químicos presentes em alimentos, sejam naturais ou sintéticos;
· produtos químicos industriais: a Toxicologia analisa os efeitos das diversas substâncias químicas sobre os organismos vivos, seja humano, animal ou ambiente, observando seus danos a curto e longo prazo;
· toxinas microbianas: a Toxicologia Alimentar avalia desde substâncias moduladoras de câncer, toxinas microbianas (algas, fungos e bactérias) até os grupos de pesticidas, poluentes orgânicos, metais, materiais de embalagem, hormônios e resíduos de drogas animais.
Os médicos especializados em Toxicologia Médica trabalham em ambientes clínicos e laboratoriais para detectar exposições tóxicas e implementar estratégias de manejo adequadas.
Para se tornar um especialista em Toxicologia Médica, as atualizações da lista oficial de especialidades médicas pelo CFM estabelecem que o médico com especialização em Medicina do Trabalho pode fazer residência em Toxicologia Médica. Quanto aos pré-requisitos já registrados, eles se referem a especializações em:
· Clínica Médica;
· Pediatria;
· Pneumologia;
· Medicina Intensiva.
E agora que já sabe as mudanças promovidas pela resolução do CFM, nunca deixe de se manter atualizado sobre todas as mudanças que ocorrem no setor de saúde. Assim, você não perderá oportunidades e conseguirá se destacar onde estiver: no curso de Medicina, no internato, em um programa de residência médica ou atuando no mercado, já como profissional.
A nova resolução do Conselho Federal de Medicina trouxe alguns benefícios para a lista de especialidades médicas, já que amplia as opções de pré-requisitos, abrindo o leque de possibilidades para os médicos.
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Nascido em 1991, médico desde 2015, formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA) e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) finalizada em 2018. "Nunca quis seguir o fluxo. Sempre acreditei que existe uma fórmula do sucesso para cada um de nós. Se puder conquistar sua mente, poderá conquistar o mundo." Siga no Instagram: @mica.medway