Como é residência em Pediatria na Unifesp

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Já pensou poder se especializar no atendimento infantil e explorar vários casos complexos? A residência em Pediatria na Unifesp tá aí pra isso. Por ser referência nacional e também ser uma das instituições mais buscadas em SP, essa especialização abre muitas portas dentro da carreira médica.

A duração de programa de residência médica em Pediatria é de 3 anos e envolve diversas áreas, com experiência prática no Hospital São Paulo. Antes de bater o martelo e definir que essa é a alternativa para você, vale buscar mais informações. Foi pensando nisso que conversamos com a Andréia, residente do segundo ano, e com a Maísa, do terceiro ano.

Mas antes, falando em Unifesp, é essencial se preparar para a prova do jeito certo. Por isso, você pode conferir como é a prova de residência médica da Unifesp e baixar nosso e-book com 20 questões de Cirurgia comentadas. Que tal? Dá uma olhada também no nosso Guia Estatístico da Unifesp, com os seis assuntos mais cobrados na prova nos últimos 5 anos.

Vale lembrar que as inscrições para o processo seletivo de residência médica da Unifesp abrem perto do fim do ano. Em geral, são realizadas por meio eletrônico e confirmadas após pagamento de taxa que varia a cada edição. As etapas do concurso público anual podem ser conferidas na página da FapUnifesp.

Agora vamos ao que interessa: descobrir tudo sobre a residência em Pediatria na Unifesp e o que te espera!

João Vitor: Vou começar com uma pergunta que é muito pessoal, mas que não dá pra não fazer: pra vocês, qual é o melhor estágio da residência em Pediatria na Unifesp?

Um dos atrativos da residência em Pediatria na Unifesp é atuar no Hospital São Paulo
Uma das vantagens de ser residente na Unifesp é atuar no Hospital São Paulo, que é o maior hospital universitário do país

Andréia: Pronto-socorro e enfermaria. No pronto-socorro, temos contato com casos muito diversos, o que acaba gerando muito aprendizado. Já na enfermaria a gente consegue ver a continuidade do cuidado do paciente.

Maísa: Pronto-socorro. Mesmo sendo caótico e cansativo, acho que uma grande vantagem do pronto-socorro de Pediatria da Unifesp é ser porta aberta. A gente recebe muitos casos de alta complexidade, mas também aparecem casos mais bobos de pronto-socorro que são comuns na pediatria. Acho que é um estágio bem completo e um diferencial na nossa formação.

João Vitor: Tem algum médico assistente que vocês considerem sensacional como um modelo pra formação de vocês? Por quê?

Andréia: Tenho sorte de fazer parte de uma equipe com muitas pessoas especiais, não consigo citar apenas um nome.

Maísa: Sim! Até mais de um, na verdade! A maioria deles, além de ser muito boa tecnicamente, é acessível na hora de tirar dúvidas e presente nas horas difíceis dos plantões. Sem falar que são pessoas incríveis e figuras humanas fora do hospital também!

João Vitor: E por onde vocês rodam ao longo da residência?

Andréia: Tem os estágios de ambulatório que incluem especialidades e pediatria geral, UTI, neo, pronto-socorro e enfermaria.

Estágio no Hospital GRAACC também faz parte da residência em Pediatria na Unifesp
Os residentes de Pediatria da Unifesp também têm estágios no Hospital GRAACC

Maísa: Bem, quando eu eu comecei Pediatria, a grade curricular ainda era de dois anos (na verdade, atualmente sou R3 de neurologia infantil). Mas, de uma forma geral, no R1 nós rodávamos no PS (porta e retaguarda), Enfermaria, Neo (alojamento conjunto), sala de parto e ambulatórios (Pediatria geral e especialidades: Gastro, Reumato, Nutro, Pneumo, Alergo/Imuno, Endócrino, Neuro, Infecto, Cardio, Nefro…). No R2, a gente roda no PS de novo, enfermaria, UTI pediátrica, UTI neonatal e ambulatórios de novo. Alguns ambulatórios são diferentes (algumas subespecialidades da Unifesp dividem os dias de ambulatório por tipo de casos. Exemplo: dia de triagem, dia de retorno). E temos alguns estágios externos também: a gente também roda no GRAACC e em Diadema.

João Vitor: Existem estágios eletivos na sua residência? É possível (e comum) fazer um estágio fora do país?

Maísa: Sim! Na residência médica em Pediatria nós temos um mês de estágio opcional, e vários alunos conseguem ir pra fora, sim.

João Vitor: A residência em Pediatria na Unifesp, de uma forma geral, respeita as 60 horas semanais? Qual é a carga máxima de plantão que vocês dão? Tem algum período de descanso pré ou pós-plantão?

Maísa: Depende muito do estágio. Em alguns a gente dá menos de 60 horas, mas em outros a gente faz por volta de 70 ou até 80.

Andréia: Também temos plantões de 24 horas, com pós de 12 ou 6 horas.

João Vitor: De 0 (nada) a 10 (demais), quanto a residência em Pediatria na Unifesp foca em parte teórica? Quais as principais atividades teóricas que vocês têm?

Andréia: 7. Temos aulas, artigos, apresentações de artigo…

Maísa: 7. A gente tem umas discussões de artigos com os chefes cerca de uma vez por semana, aula teórica uma vez por semana, também. Mas cada estágio tem sua organização. Nos ambulatórios, às vezes eles pedem pra gente apresentar algum tema/artigo.

João Vitor: Mais uma: de 0 (nada) a 10 (demais), quanto foco é dado na parte acadêmica?

Andréia e Maísa: 7 também.

João Vitor: Quais vocês diriam que são os pontos fortes da residência em Pediatria na Unifesp?

Andréia: A complexidade e a diversidade dos casos, com certeza.

Maísa: Acho a formação da Unifesp, no geral, bem completa. Confesso que na Pediatria em si a gente toca muito o serviço e a parte de pesquisa e publicação acaba ficando mais pra quando a gente vai para as subespecialidades. A gente também acaba conseguindo boas vagas no mercado porque todos reconhecem a Unifesp como uma grande instituição.

João Vitor: E tem algum ponto que vocês acham que dá pra melhorar?

Andréia: Talvez aumentar a carga horária de alguns estágios.

Maísa: Ah, sempre, né? Acho que a gente vê pouco da puericultura da criança normal, pouca sala de parto de criança normal. A maternidade do Hospital São Paulo é de alto risco e as crianças acompanhadas no ambulatório de pediatria geral geralmente têm várias comorbidades. Acaba que a gente vê pouco a criança do “dia a dia” nessa residência.

João Vitor: Acha que dá para conciliar a residência com plantões externos? A maioria faz isso?

Andréia: Dependendo do estágio dá pra conciliar, sim. Acredito que a maioria faz plantões externos, mesmo.

Maísa: Depende do perfil de cada um, né? Tem gente que se mata e dá bastante, mas o meu perfil é de valorizar mais a qualidade de vida. Então eu dei desde o R1, mas só um ou dois plantões de 12h por mês – pra completar a renda necessária pra sobreviver mesmo. Não faltou nada, mas também não juntei grana.

João Vitor: Tem alguma “comodidade” que a sua residência disponibiliza?

Maísa: Tem moradia, mas eu trouxe minha gatinha comigo e lá eles não aceitam pets, então nem tentei. A maioria das pessoas acaba preferindo alugar então tenho a sensação de que dá pra ficar na moradia com certa facilidade se você não for exigente. A alimentação do hospital é igual. Não é uma delícia e não tem muita variedade, mas tem almoço e jantar de graça se você não for muito exigente.

João Vitor: Maísa, no seu caso, que não é de São Paulo, pretende voltar ao estado de origem? Conhecem alguém que tenha voltado? Acham que é possível se inserir bem?

Maísa: Não conheço, mas pretendo voltar sim. Acho que em vários estados há muito poucos neuropediatras para a demanda de casos, então imagino que não teria problemas pra me inserir. Estou bem tranquila e sinto que estou tendo uma boa formação, o que me dá certa segurança nesse sentido. Acho, inclusive, que lá tenho mais chances de me inserir do que aqui, em que a concorrência sem dúvidas é maior.

João Vitor: Tem mais alguma coisa que vocês queiram falar sobre a sua residência que a gente não perguntou?

Maísa: O que eu sempre digo para quem me pergunta da residência em Pediatria na Unifesp é que eu acho a formação muito boa, mas o grande diferencial, pra mim, foi o clima entre os residentes. Claro que existe uma hierarquia, mas de uma forma geral, todo mundo me recebeu super bem e eu tenho grandes amigos e boas lembranças desses anos. Todos se tratam como família e eu tenho muito orgulho dos meus amigos e da minha formação. Recomendo pra todo mundo!

Gostou de saber mais sobre como é fazer residência médica na Unifesp?

Agora que você já conhece tudo sobre esse programa, ficou fácil perceber o grande diferencial da residência em Pediatria na Unifesp, né? Afinal, a grande variedade de casos complexos é o que mais chama a atenção no programa. Aproveita para ver também nosso artigo sobre quanto ganha um pediatra no Brasil!

Se você ainda não tiver certeza sobre a decisão, não precisa se preocupar. Nós estamos preparando vários outros conteúdos sobre especialidades para que você conheça melhor cada um. Inclusive, se quiser conhecer algum em específico, deixa aqui embaixo nos comentários! Aproveita e dá uma olhada nesse outro artigo que já fizemos sobre como é fazer residência médica em Pediatria na USP!

JoãoVitor

João Vitor

Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando