Todo mundo sabe que, para vender mais e fechar negócios, qualquer estabelecimento precisa de divulgação. Na Medicina, isso não é diferente: é fundamental investir em publicidade médica para conquistar mais pacientes e mostrar sua experiência. Mas existem algumas regras para que isso seja feito da maneira correta.
Na era digital, as redes sociais são uma poderosa ferramenta de comunicação para médicos. Elas permitem que você compartilhe informações atualizadas e fáceis de entender, não apenas para pacientes, mas para toda a sociedade. No entanto, é essencial respeitar os preceitos éticos estabelecidos no Código de Ética Médica, garantindo uma abordagem profissional e confiável.
O marketing para médicos é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Há um documento completo e detalhado sobre as práticas que são ou não permitidas para essa finalidade. Por aqui, a gente vai mostrar apenas as principais, mas vale a pena conferir o conteúdo todo, combinado?
Então, vamos lá! A seguir, a gente fala um pouco mais sobre o que um médico NÃO pode fazer para divulgar seu trabalho e por quê.
Sim, essa lista pode soar um pouco óbvia. Porém, acredite: alguns profissionais utilizam a publicidade médica para fazer um monte de coisas erradas. Não se junte a esse time!
Os anúncios médicos devem conter informações obrigatórias, como o nome do profissional, especialidade registrada no CRM, número de inscrição no Conselho Regional de Medicina (CFM) e registro de qualificação de especialista (RQE), se houver. Além disso, o Decreto-lei 4.113/42 proíbe o médico de divulgar mais de duas especialidades, mesmo que possua titulação em áreas adicionais.
Preze pelo seu profissionalismo e pela qualidade de vida de seus pacientes. Fique de olho no que um médico NÃO pode fazer para divulgar seu trabalho!
Na Medicina, é muito difícil dar certeza de algo irá, definitivamente, funcionar. Cada caso é um caso, cada paciente responde de um jeito diferente ao mesmo incentivo, procedimento, medicamento, tratamento e assim por diante.
Se mostrar confiante na proposta é uma coisa, e demonstrar apoio é algo diferente de insinuação. Esta última, por sua vez, também caracteriza uma promessa, que pode se constituir como falsa.
Portanto, nada de prometer aos pacientes e seus parentes a certeza de algum tipo de intervenção. Além de causar frustrações, isso atrapalha a recuperação, mexe com o psicológico das pessoas e mancha a sua reputação.
Seja sempre sincero, honesto e passe explicações pontuais e fáceis de entender para o paciente. Assim, você minimiza dúvidas, traz mais segurança e, principalmente, tem a cooperação do indivíduo para que o tratamento se desenrole da melhor maneira possível.
Jamais propague informações científicas que não tenham como base estudos clínicos. Boa parte dos pacientes não sabe diferenciar a origem da informação repassada de imediato, então, é essencial ter transparência e honestidade em cada conversa.
Com um simples clique na internet, o médico pode ser facilmente desmascarado. E ele não pode conduzir qualquer tratamento utilizando esse tipo de embasamento.
No entanto, essa orientação não é válida somente para atendimentos e consultas. Ela vale também para eventos, palestras e outros tipos de interação que o profissional tiver dentro da comunidade médica.
No marketing para médicos, é permitido divulgar títulos acadêmicos em cartões, materiais de papelaria e qualquer tipo de item promocional. A especialidade divulgada, contudo, deve estar devidamente registrada no CRM, e demais títulos devem ter a ver com a área de atuação do profissional.
Sendo assim, todas as informações catalogadas para clínicas e hospitais precisam se limitar a esses dados. O ideal e mais seguro é que apenas o nome e o CRM do médico circulem por essas vias.
O CFM ainda veta o anúncio de pós-graduações realizadas para capacitação pedagógica, mesmo que elas tenham origem em instituições oficiais e credenciadas. Só há liberação quando o curso está relacionado à especialidade e área de atuação englobadas no Conselho.
É indispensável, ainda, ter cuidado na divulgação dessa titulação quando o profissional dá entrevistas ou aparece de alguma forma na mídia. Nessas ocasiões, ele também não pode divulgar os procedimentos e tratamentos que realiza, mesmo que sejam aprovados pela associação científica.
Não é permitido oferecer qualquer tipo de serviço via consórcio. A procura do paciente pela consulta deve sempre ser espontânea, de acordo com sua necessidade ou interesse no momento.
Nesse contexto, a consulta médica não pode ser tida como um produto. É fundamental priorizar as particularidades de cada caso e conduzir as orientações com total seriedade.
Para completar, o médico não pode ofertar ou sortear atendimentos. É por esse motivo, também, que nenhum profissional, seja de que especialidade for, deve divulgar preços de procedimentos e formas de pagamento.
O compromisso com a informação é outra obrigação da população médica. Dessa maneira, todos os assuntos médicos devem ser abordados de maneira objetiva e esclarecedora, deixando qualquer tipo de sensacionalismo para trás.
Inclusive, postar fotos de antes e depois de pacientes é considerado um tipo de sensacionalismo, sabia? Não importa se o paciente deu autorização para a divulgação da imagem. Essa ação é um jeito de promover condições que nem sempre serão iguais para todos os pacientes.
O uso de imagens de pacientes, mesmo com autorização, é proibido pelo CFM, assim como expressões como “o melhor” ou “resultados garantidos”. Também não é permitido divulgar gráficos, tabelas ou ilustrações que não estejam respaldados por estudos científicos rigorosos. O médico deve evitar qualquer forma de autopromoção que induza a percepção de superioridade em relação a outros profissionais.
O CFM sustenta a proibição para preservar médicos de possíveis processos. Isso porque a informação sensacionalista pode motivar terceiros a pedir indenizações por danos decorrentes de abusos. Outro ponto é que os médicos também não podem divulgar preços de procedimentos, descontos ou formas de pagamento devido ao código de ética da profissão.
Pronto! Agora você entende melhor o que não fazer dentro do marketing para médicos. E pode, enfim, iniciar a sua carreira pautada na ética e na excelência. Esse é, sem dúvida alguma, o melhor caminho para o sucesso!
E dá para se preparar ainda mais para a vida prática da Medicina. Por aqui, a gente já contou quais são as ilusões de um médico recém-formado, quais as melhores oportunidades de trabalho para quem acabou de sair da faculdade e os melhores aplicativos para o profissional se manter atualizado.
Ou seja, não quer dizer que você não possa divulgar o que faz ou não deve continuar a se aperfeiçoar. Pelo contrário, o mais indicado é fazer isso sempre, mas dentro das determinações da CFM, e usando o máximo de seu bom senso e experiência médica.
E depois dessas dicas de publicidade médica, que tal continuar a focar nos estudos para a residência? Bora para a Academia Medway acessar materiais exclusivos que vão te guiar ao longo dessa jornada.
Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway