O que é Otorrinolaringoloia: saiba tudo sobre essa especialidade

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Se você procura mais informações sobre o que é a Otorrinolaringologia, há uma grande chance de você estar na fase de decidir o ramo da Medicina que seguirá carreira. Então hoje vamos te falar o que é essa especialidade, o que faz o otorrinolaringologista, quais são as características fundamentais deste especialista, entre outros!

Não precisa falar, a gente já sabe: escolher qual residência prestar é quase sempre complicado. Afinal, tem sempre um milhão de coisas passando pela nossa cabeça e organizar tudo pode ser bem difícil. Mas, a notícia boa é que é sempre muito possível! Por isso mesmo, saber sobre cada especialidade é importante na hora de tomar a decisão.

Então, hoje nós vamos te falar o que é o otorrinolaringologista e, aos poucos, vai tudo ficando mais claro. E aí, tá preparado? Então bora lá!

O que é Otorrinolaringologia

Vamos começar sem enrolação: o que é otorrinolaringologia, afinal? Bom, essa é a especialidade médica responsável por uma região do nosso corpo que não sai da nossa cabeça, literalmente! Essa área é responsável por lidar com problemas e doenças relacionadas, principalmente, com a garganta, o ouvido e o nariz.

E aí já fica fácil de entender porque a especialidade é esse “palavrão”. É que, segundo o dicionário, essa palavra é composta exatamente pelos termos gregos relacionados a cada uma dessas regiões. E saber de tudo isso já indica pra gente quanto esse profissional é importante, não é? Estamos falando sobre uma especialidade médica que tem aspectos clínicos e cirúrgicos capazes de garantir o bom funcionamento de três dos sentidos humanos: fala, olfato e audição.

Só pra você ter uma idéia melhor do panorama geral da Otorrinolaringologia no Brasil, o estudo Demografia Médica no Brasil 2020, feito em colaboração entre a Universidade de São Paulo (USP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM), diz que, em 2019, eram 7.186 especialistas no país.

Mas não existe especialidade sem especialista, não é? Então, bora entender um pouco melhor o que é o otorrinolaringologista!

O que faz o otorrinolaringologista

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Agora sim! É bem complexo resumir tudo que um especialista faz em poucos parágrafos. Então, para deixar essa tarefa um pouco mais fácil, a gente deu um jeito. Para explicar o que é o otorrinolaringologista e o que ele faz, conversamos com quem sabe muito bem da área: o Pedro Vianna

Ele terminou a residência em Otorrinolaringologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e bateu um papo com a gente sobre a vida na especialidade.

Todo mundo sabe que, para qualquer médico, não tem nada mais importante que a qualidade de vida do paciente — e não seria diferente nesse caso. Por isso mesmo, esse papo não podia começar diferente. Olha só o que o Pedro falou sobre o assunto:

“O otorrino obviamente lida com algumas situações desafiadoras e doenças potencialmente letais, mas o nosso dia a dia consiste em cuidar do paciente que nos procura, de forma a melhorar sua respiração, seu sono, sua audição e equilíbrio, sua voz e deglutição. É uma parte muito bonita da Medicina, em que devolvemos ao paciente o prazer de viver e a sua autonomia”.

LEIA MAIS:
Quais são as especialidades do otorrinolaringologista?
Quais tipos de cirurgias um otorrino pode fazer?

Quais são as características fundamentais de um otorrinolaringologista

Bom, o tópico anterior já deve ter te dado uma boa ideia sobre o que é o otorrinolaringologista e algumas características que ele deve ter, não é mesmo? Afinal, para conseguir fazer tudo que o Pedro disse, é preciso desenvolver algumas habilidades que vão além das hard skills. O cuidado com pacientes exige, em grande parte, capacidade de se colocar no lugar dele, além de competências sociais e interpessoais. Confere um pouco mais do que o Dr. Pedro disse:

“Uma vez que a boa relação médico-paciente se estabelece, o sucesso terapêutico vem de forma natural. O otorrino nunca deve minimizar os sintomas do paciente, justamente por trabalhar com a qualidade de vida! Só o doente sabe o quanto aquele problema o incomoda e justamente por isso ele procurou o otorrino”.

Otorrinolaringologistas pelo Brasil

Segundo a Demografia Médica no Brasil 2020, uma pesquisa colaborativa entre o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Universidade Federal de São Paulo (USP), sobre a qual já falamos bastante aqui no blog, existem, ao todo, 7.186 otorrinolaringologistas no Brasil, distribuídos pelas regiões do Brasil como mostram os números abaixo:

Distribuição dos otorrinolaringolositas pelas regiões do País

RegiãoPorcentagem
Norte3,3%
Nordeste16,8%
Centro-Oeste8,8%
Sudeste54,0%
Sul17,1%

Principais dados sobre a Otorrinolaringologia no Brasil

Razão especialista por 100 mil habitantes3,2
Percentual sobre o total de especialidades1,7%
Idade – média (anos)46,3
Tempo de formado – média (anos)2,8
Outros títulos mais comuns– Cirurgia de Cabeça e Pescoço
– Cirurgia Geral
– Acupuntura

Como é a rotina e o mercado de trabalho de um otorrinolaringologista

De pouquinho a pouquinho, a gente vai entendendo cada vez melhor o que é o otorrinolaringologista e sua especialidade. Até aqui, nós já entendemos bastante sobre a área de atuação, o foco e as soft skills que envolvem esse segmento da Medicina. Mas ainda tem algo que a gente quase não falou: e em relação à atuação na prática

Na hora de tomar a decisão sobre sua residência, esse vai ser, com certeza, um fator decisivo. No fim das contas, o que atrai o estudante de Medicina para a Otorrinolaringologia? O Pedro contou pra gente, fica vendo:

“O fato de realizar exames complementares que somente os otorrinos realizam, além de procedimentos ambulatoriais ou cirúrgicos hospitalares, aumenta muito o potencial de ganho financeiro. Essa é uma nítida vantagem com relação às especialidades eminentemente clínicas. A rotina, no geral, permite ao médico ter melhor qualidade de vida, com menos plantões/sobreavisos que a maioria das outras especialidades. Mas claro que pra isso acontecer, é necessário um certo tempo de nome no mercado”.

É claro, isso sempre vai variar. O otorrino pode atuar em hospitais, consultórios e clínicas. Em cada um desses casos, algumas doenças e tratamentos serão mais comuns. Felizmente, o Dr. Pedro atua em vários locais e vai poder nos contar mais detalhes sobre diferentes áreas. Fica de olho:

“Hoje em dia estou realizando Fellowship na USP em Medicina do Sono e tratamento da Apnéia do Sono. Realizamos exames de polissonografia e indicamos tratamentos como CPAP e cirurgias do nariz e faringe para tratar a doença. Também, realizo atividades no consultório particular e convênios, com exames ambulatoriais como a nasofibroscopia e a laringoscopia. Ainda, faço plantão como médico militar. As doenças mais prevalentes são as patologias nasossinusais, como Rinite e Rinossinusites. Da parte de laringe, tratamos muito do refluxo, do edema de reinke e da leucoplasias. Otites médias secretoras e presbiacusia dominam a parte de otologia. É muito comum, também, a apnéia do sono em crianças e amigdalites de repetição. Sem contar que as queixas otoneurológicas, como tontura das mais variadas causas (VPPB, Migrânea, Doença de Menière, metabólicas) e zumbido, são muito frequentes”.

Quanto ganha um otorrinolaringologista

A gente sabe que o salário não é tudo na hora de decidir por uma especialidade. Mas, com certeza, ele é um fator que pode servir de “desempate”. Além da paixão pela área, os ganhos financeiros acabam contando pra gente chegar no ultimato, não é? E pra conseguir visualizar isso um pouco melhor, o Pedro também falou de como é o mercado para os estudantes de Otorrinolaringologia.

“O recém-formado ganha algo em torno de R$8.000 a R$9000. Tudo depende de quantos plantões você quiser dar, de quantos ambulatórios você conseguir tocar, se estiver fazendo fellow ou não, se estiver com oportunidade de operar ou não. Quando já se estabeleceu no mercado, o céu é o limite. Algumas áreas, como a Otologia com a parte de implantes e a Plástica Facial, são extremamente rentáveis, em que uma só cirurgia pode chegar a R$20.000 a R$40.000. Não tem regra. Tudo depende do seu esforço, brio profissional e, claro, de um pouco de sorte!”.

Como o próprio Pedro destacou, é muito difícil estipular até quanto um salário pode ir. Além dos fatores que ele citou, você precisa ficar de olho em alguns outros. Regiões e setores (público ou privado) podem fazer a diferença quando o papo é salário. Então, é legal também ficar sempre atento a isso na hora de escolher.

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF)

E se você tem interesse em se especializar em Otorrinolaringologia, vale a pena saber mais sobre a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Vinculada à AMB (Associação Médica Brasileira), a ABORL-CCF que se propõe a promover o desenvolvimento da especialidade e o intercâmbio científico, técnico, cultural e social entre os seus profissionais associados.

A entidade conta hoje com 5 mil médicos associados distribuídos nas 21 sociedades e conselhos regionais do Brasil. Falamos mais sobre a ABORL-CCF aqui, incluindo sua história, como se associar, como ficar por dentro dos eventos e publicações e muito mais. Vale a pena dar uma olhada!

A residência médica em otorrinolaringologia

Eu sei, eu sei… A gente falou sobre um monte de coisas para voltar no começo de tudo. Afinal, para ser um otorrinolaringologista é preciso, antes de mais nada, fazer a residência na área. Mas não vai achando que a gente deu essa volta à toa. É que agora que você já tem mais clareza sobre o que é o otorrinolaringologista e qual é a sua decisão, é hora de pensar no programa de residência em si. Já fica ligado no que o nosso entrevistado falou:

“A rotina do residente de Otorrino do HC é bem puxada! Supera a carga de muitas especialidades e se equipara, por exemplo, à de cirurgia geral. Mas isso tudo consolida e prepara o profissional pro mercado. Treino duro, jogo fácil”. 

A residência em Otorrinolaringologia é de acesso direto e tem uma duração de 3 anos. Ainda assim, nem sempre acaba por aí. Os estudantes podem seguir, depois de concluído o programa, em subespecialidades que duram entre 1 e 2 anos, na maioria dos casos.

E para te ajudar a entender melhor esse programa, o Pedro explicou como foi a sua experiência na residência médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP).  Ele contou pra gente como foi cada um dos anos da residência, desde o R1 até o R3. E aí, não vai perder, né? Então, bora lá!

O R1

“No R1, você entra totalmente ignorante em otorrino e termina o ano já conhecendo os instrumentais para todas as subáreas e os curativos e cuidados pré-operatórios, realizando os exames e cirurgias mais básicos, bem como atendendo interconsultas e atendimentos de PS ORL”.

O R2

“No R2, a curva de aprendizado se lentifica e você passa a consolidar e uniformizar o aprendizado, que no R1 muitas vezes acontece “na marra, por osmose”. É o ano em que fazemos o maior número de cirurgias do “dia-a-dia” e incrementamos muito nosso volume de atendimento ambulatorial, ganhando agilidade e resolutividade. Também passamos a ensinar os R1, principalmente no PS”. 

O R3

“Já o R3 é quando a curva de aprendizado novamente acelera e partimos para interconsultas de pacientes complicados, cirurgias de alta complexidade e casos raros, bem como exames mais específicos e demorados”.

Teoria e prática na residência em Otorrinolaringologia

Todo mundo aqui já deve saber que, na residência, o conhecimento teórico e o prático caminham lado a lado. Por isso mesmo, na hora de escolher uma instituição, é fundamental estar atento em ambos. Então, para fechar, o Pedro também contou pra gente um pouquinho mais de como foi essa experiência no caso dele. Confere aí!

“Com relação aos campos de prática, são os mesmos ao longo do R1, R2 e R3, com atendimentos de nível terciário e quaternário no Instituto Central (ICHC) e institutos anexos (INCOR, IPQ, Instituto da criança…), de nível secundário no Hospital Universitário (HU-USP), na cidade universitária, e oncológicos no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), parte do complexo HCFMUSP. Preciso destacar as atividades acadêmicas que são desenvolvidas de forma intensa em nosso serviço, com seminários semanais apresentados pelos residentes, aulas de extensão universitária, reuniões clínicas e discussões de artigos científicos com nossos renomados chefes e assistentes”.

As instituições mais buscadas para fazer residência em Otorrinolaringologia em SP

Se você já está certo de que quer se especializar em Otorrinolaringologia e quer ser R1 em São Paulo, há uma série de opções de programas de residência médica que vão te ajudar a se tornar um excelente otorrinolaringologista e várias delas são muito disputadas! Entre as mais buscadas, estão:

Aqui no blog, já falamos mais sobre estas e algumas outras instituições mais buscadas para fazer residência em Otorrinolaringologia em SP – vale a pena conferir!

E aí, gostou de saber o que é o otorrinolaringologista?

Se você chegou até aqui, já deve ter conseguido tirar várias dúvidas sobre essa especialidade tão importante. Mas, você não precisa parar só nisso. No blog da Medway você pode conhecer várias outras especialidades médicas de acesso direto para basear suas decisões. 

Ah, e como o papo é residência, a gente tem outras dicas pra te dar! A primeira delas é o nosso e-book gratuito Os 15 bloqueios que te impedem de ser aprovado na residência, que aborda os principais bloqueios mentais que atrapalham seus estudos e como vencê-los no dia a dia – ideal para começar sua jornada de estudos com o pé direito!

Outra dica é o Intensivo São Paulo, nosso curso que vai te ajudar a se preparar para a residência médica a partir de aulas segmentadas por instituição, com foco nas principais do estado. 

Essa jornada pode começar agora e ainda dá tempo de se preparar! Se o seu sonho é começar uma residência médica na instituição que você deseja, vem com a gente. Bora pra cima, pessoal!

AlexandreRemor

Alexandre Remor

Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor